Empresas que apostam na economia verde têm mais ganhos, diz ONU
As empresas que adotam medidas ambientalmente sustentáveis podem ter significativos ganhos de escala, e, consequentemente, econômicos, com impactos positivos nos resultados financeiros. É o que defende o relatório O Argumento Comercial para a Economia Verde, lançado neste sábado pela Organização das Nações Unidas (ONU), durante a conferência Rio+20, que está sendo realizada no Riocentro até a próxima sexta-feira.
O documento aponta exemplos de companhias que vem utilizando práticas como reutilização de água, geração eólica (força dos ventos) para produção de energia e adoção de programas de eficiência energética nos processos produtivos.
Uma das ações exaltadas no relatório é o programa de redução de uso da água do grupo mexicano Bimbo, que segundo a ONU, possibilitou economia de US$ 700 mil em três anos. Outro exemplo apontado é o do grupo General Motors, cujo programa de aproveitamento de recursos reduziu em 40% as perdas na produção, gerando economia de US$ 30 milhões ao longo de seis anos.
"Não há mais espaço para o mundo dos negócios ignorar os benefícios que a economia verde acarreta. Aqueles que adotaram medidas pioneiras são líderes de mercado e referência em cada um de seus segmentos", afirmou o diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Achim Steiner.
Estima-se que o investimento anual para adaptações à economia verde varie de US$ 1 trilhão a US$ 2,5 trilhões em todo o mundo. Esse valor engloba aportes em infraestrutura, equipamentos e serviços, que proporcionariam, segundo o estudo, retornos concretos no médio prazo.
"Políticas públicas que possam guiar e andar em conjunto com todo o investimento das empresas também são fundamentais", opinou Steiner.
Rio+20
Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.
Composta por três momentos, a Rio+20 foi até o dia 15 com foco principal na discussão entre representantes governamentais sobre os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. A partir deste sábado até 19 de junho serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.
Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.
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