Sou um democrata. Não é de hoje que os que me conhecem e que desfrutam de estreita convivência sabem quanto gosto do embate franco, honesto e aberto. Sem aspas e parênteses, sendo leal e sincero nos argumentos, pretensões e objetivos. Seja na advocacia, seja na academia, seja na política interna e externa da OAB procuro deixar claros meus posicionamentos e atitudes para evitar que interlocutores o façam por mim evitando distorções inconvenientes.

Por isso peço, humildemente, licença ao leitor deste despretensioso blogue para tratar de um assunto que reputo merecedor de alguma atenção. Voltando ontem de Recife recebi vários telefonemas para que eu pudesse explicar o que estaria acontecendo nos bastidores das eleições da OAB, em face do lançamento de mais um nome para a presidência da nossa entidade.

Quero deixar claro que torço para que muitos nomes venham para o bom, franco e honesto debate que faremos sobre a OAB. Isto demonstra que a entidade ultrapassou a fase polarizada do azul e do encarnado, do preto e do branco. Estarei representando também uma parte que pretende fazer das prerrogativas não só uma bandeira, mas o foco de toda uma gestão. E assim permanecerei frente aos anseios daqueles que me acompanham, unindo ideias e ideais, nunca fisiologismos ou interesses outros.

Permaneço, com franqueza e honestidade, na disputa à sucessão da presidência, não me afastando da luta que há 09 anos me mantém acreditando ser possível fazer algo diferente. O que me move e me anima cada dia mais é poder contribuir em prol do advogado e da advogada. E desta forma me comporto. Por exemplo, com foco no advogado jovem é que idealizamos, junto com o companheiro Gabriel Ciriaco, a semana de formação do advogado em início de carreira, projeto piloto que hoje é copiado em todo o Brasil. Com base no advogado empregado, propusemos junto ao CFOAB o piso nacional. Com foco no advogado mais experiente, fizemos o projeto bem estar da advocacia e assim por diante.

Estarei na OAB até o dia em que o eleitor advogado me aposentar pela força democrática do voto.

Desejo uma OAB multicor, onde os diversos segmentos se façam representar por ideologias e convergências de ideias para o crescimento e fortalecimento da ordem. Longe de fisiologismos onde há o agrupamento só para vencer, com o medo telúrico da derrota. Precisamos e vamos romper paradigmas. O diálogo honesto e aberto será travado com os diversos setores da advocacia pública e privada, jovem e experiente, liberal e empregada.
Que mais nomes venham se colocar à disposição, pois sem medo e sem idiossincrasias estaremos prontos para debater com todos os rumos de nossa entidade, posto que uma coisa os adversários e amigos podem esperar de mim: LEALDADE.

Não serei fruto de um produto de marqueteiros que está bonitinho e ordinário na prateleira do balcão para ser consumido pelo eleitor desavisado para agradar quem quer que seja. Não serei o candidato palatável que faz aceno de “miss” e sorriso amarelo para parecer simpático. Não deixarei de ser extrovertido (e os meus alunos sabem do que estou falando) para parecer outra pessoa ou estar “à altura do merecimento do grau e do status de candidato” (aliás para ser bem honesto, nunca achei que nada disto pudesse ter algum status, pois encaro os desafios como missões, e missão dada é missão cumprida, pronto!).

Sou o que sou. Um criminalista que infelizmente sofre o preconceito por conta de exercer a profissão com independência sem ser subserviente, com destemor e coragem, tendo a ousadia, nos dias atuais, de poder debater com franqueza e de peito aberto qualquer tema que acredite estar preparado para. Talvez por isso, me tabulem de polêmico e não seja tão fácil ser apoiado por alguns grupos. Estes estão livres para escolher outros candidatos que representem seus ideais, filosofias, princípios etc. Estarei pronto, para o honesto, leal e franco debate na hora certa, no momento adequado. Por enquanto dou boas vindas a todos que se dispuserem a fazer o mesmo, em nome e pela paixão de ser advogado.