Criado por um grupo de publicitários, que não pretendem se identificar a comunidade do Facebook “Alagoas – Estado de emergência”, criada após o assassinato por dois assaltantes, do médico Alfredo Vasco Tenório, já conta com 61 mil integrantes e começa a chamar a atenção pela apologia ao uso da pena de morte para “ assaltantes e criminosos”

A comunidade tem como objetivo denunciar a violência em Alagoas e organizar manifestações para protestar contra a mesma, o primeiro ato feito pela comunidade, uma passeata na última terça-feira na Praça Vera Arruda, foi considerada um sucesso e contou com cerca de duas mil pessoas, outro evento está marcado para amanhã, desta vez no Farol.

O problema é que a comunidade, que deveria ser um fórum para protestar contra a violência, acabou se tornando um espaço para as mais virulentas mensagens, que vão do velho jargão do ex-secretário de segurança Coronel Amaral, “bandido bom é bandido morto” até sugestões para se atacar o governador do Estado quando este caminhasse pela praia.

O grupo responsável pela gestão da comunidade mostrou preocupação com o crescimento no número destas mensagens e adotou já neste fim de semana o slogan “Criminalidade se combate com Justiça” o que desagradou os membros mais exaltados que atacam os próprios criadores da Comunidade.

“Infelizmente nem toda a participação por aqui acontece de forma construtiva. O objetivo não é o de censura, ideias devem ser debatidas desde que esse debate aconteça de forma correta e com respeito” diz uma mensagem dos próprios organizadores da Comunidade na sua página no Facebook.

MP de olho

O Cadaminuto apurou que o Ministério Público já foi contactado sobre o teor de algumas mensagens que segundo as denúncias incentivam a violência, em algumas delas contra pessoas específicas, e aí os maiores alvos seriam, além do governador, o secretário de segurança, Dário Cesar e até mesmo o presidente da Comissão dos Direitos Humanos da OAB, Gilberto Irineu

Outro detalhe que vem ocorrendo e preocupa os idealizadores da comunidade é a utilização do espaço por assessores de pré-candidatos a prefeitura de Maceió, em mensagens de apoio a seus chefes ou de ataques aos candidatos adversários.

Mesmo com estes problemas o número de integrantes da Comunidade não para de crescer e reuniões estão sendo marcadas para se discutir novas manifestações e os rumos da própria comunidade.