Uma semana após o prefeito de Rio Largo ter se apresentado à Justiça, o CadaMinuto teve acesso a documentos relativos a uma denúncia, protocolada em outubro do ano passado, na Câmara de vereadores do município e entregue ao Ministério Público. O que chama a atenção no documento é a quantidade de material que seria comprado pela prefeitura sem licitação, o que foi abortado após o caso vir à tona.
Mais de cinco toneladas de clips para papel, no valor de R$ 350.196,50, estavam na lista de compras para a Prefeitura. Além disso, o município gastaria R$ 99 mil na aquisição de mais de 125 mil borrachas e R$ 89 mil na compra de quase 35 mil unidades de desinfetante líquido.
De acordo com representantes do Movimento contra a Corrupção e a Violência em Rio Largo, no dia 25 de outubro do ano passado, a Prefeitura realizou Pregões Presenciais para a aquisição de materiais de expediente e limpeza.
A prisão de Toninho
O prefeito de Rio Largo, Toninho Lins, se apresentou, no último dia 22, ao Tribunal de Justiça. O gestor teve a prisão decretada no dia anterior pelo desembargador Otávio Leão Praxedes, a pedido do Ministério Público Estadual. Lins é acusado de apropriação indébita de bens e renda pública em proveito próprio, alienação de bem público em desacordo com a lei, falsidade ideológica, dispensa ilegal de licitação e formação de quadrilha.
O prefeito chegou ao TJ acompanhado do seu advogado, José Fragoso. De lá, o prefeito foi levado para a Academia da Polícia Militar, onde permanece preso.
Toninho é acusado de participar de um esquema fraudulento na aquisição de terrenos em Rio Largo. No dia 17 de maio, sete vereadores foram presos acusados de participação na fraude. Os mandados de prisão, expedidos pela 17ª Vara, foram cumpridos pela Força Nacional. Nilton Pontes, Cícero Inácio, Aloísio Experidião, Jeferson Alexandre, Reinaldo Cavalcante, Ionadi Cardoso e Nilton da Farmácia foram detidos. Dois empresários também tiveram as prisões decretadas.
Investigações
O Ministério Público iniciou as investigações sobre a venda de terrenos em Rio Largo, após o recebimento de denúncias. O prefeito de Rio Largo, Toninho Lins, teria vendido um terreno que vale R$ 21 milhões a uma empresa pelo valor de R$ 700 mil. O negócio teria sido feito com o aval dos vereadores da cidade.