O Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) apresentou na tarde desta segunda-feira (21), no Cine Sesi Pajuçara, a cartilha informativa “Surdadania”. A publicação, que reúne aspectos históricos da evolução da educação para surdos em Alagoas, bem como outras orientações e documentos legais acerca da inclusão de estudantes deficientes auditivos nas escolas, foi desenvolvida pelo Núcleo de Construção de Materiais Didáticos do CAS em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE).

Na ocasião, a coordenadora pedagógica do CAS e do projeto “Surdadania”, Suzana Dória de Mendonça, disse que a ideia do lançamento da cartilha é inerente ao trabalho realizado no Centro. “O interesse em trabalhar nesse projeto é complementar ao objetivo do CAS, que é a de possibilitar um aumento da compreensão e participação do surdo na educação estadual. A cartilha é repleta de questões informativas que envolvem o mundo dos estudantes surdos e como é possível o fortalecimento da educação especial”, explicou.

Para a assessora especial da SEE, Tereza Lúcia Melo, que representou o secretário da Educação e do Esporte, Adriano Soares, na solenidade, “o evento marca a evolução na qualidade da educação alagoana, com o desenvolvimento de estratégias de inclusão para ampliar o acesso ao saber. A busca constante por melhoria da qualidade educacional é um sonho do secretário de Educação e de todos que atuam no setor”, comemorou.

A cartilha

O material possui 42 páginas organizadas em forma de livro e se divide em dados históricos da comunidade surda em Alagoas, com citação das primeiras escolas que adotaram a Língua Brasileira de Sinais (Libras), linha do tempo com acontecimentos que marcaram a trajetória de luta pela inclusão dos surdos por meio da educação especial desde 1978 até a criação do CAS em 2006 e legislação educacional e direito dos deficientes auditivos.

Entretanto, o principal objetivo da cartilha é apresentar o trabalho realizado pelo Centro - como os cursos que oferecem para formação de tradutores/intérpretes de Libras, capacitação de professores em educação de surdos e para domínio da língua de sinais, além de palestras informativas –, a importância do desenvolvimento de atividades com as famílias dos alunos surdos, além de funcionar como um guia, com a relação de escolas-polos e instituições especializadas localizadas em diferentes bairros de Maceió. Também foi desenvolvido um glossário de sinais, presente nas últimas três páginas da publicação, com grande diversidade de termos frequentemente usados no universo da educação para surdos.

A publicação já começou a ser distribuída em entidades que trabalham direta ou indiretamente com a educação de surdos, como secretarias, escolas-polos, instituições especializadas, municípios, entre outros.

Artes visuais

O evento também promoveu a exposição de trabalhos artísticos dos alunos surdos, com base no projeto “Arte e Arteiros”, coordenado por Cristiane Pedruzzi, também pertencente à equipe do CAS.

“Todo o aprendizado do surdo se dá através da visão. Por isso, é necessário que exploremos a linguagem visual com nossos alunos. O projeto aborda a vida e a obra de pintores como Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Ademir Martins, Anita Malfatti, entre outros autores que têm suas pinturas reinterpretadas pelos estudantes surdos. Muitos acabam se identificando com a história de vida e até preconceitos que alguns artistas sofreram por também serem portadores de deficiência”, explicou Cristiane.

Segundo ela, a exposição se refere à primeira parte do projeto. Já a segunda, a experiência será realizada por meio de estudos do trabalho do artista plástico André da Marinheira, do município de Boca da Mata, que trabalha com esculturas de madeira.