Italianos fazem homenagem a estudante morta em atentado

20/05/2012 22:20 - Brasil/Mundo
Por Redação

Choro desconsolado, flores e orações: cada um prestava a sua maneira, neste domingo (20), a última homenagem a Melissa, a estudante de 16 anos morta em um atentado perpetrado sábado (19) em um colégio de Brindisi, no sul da Itália.

"Estou triste, muito triste, Melissa tinha minha idade", lamentava Giada Zammillo, aluna de outro colégio de Ensino Médio do mesmo bairro, habitualmente tranquilo.

"Escutei a explosão quando estava no ônibus, tive muito medo", explica a menina, de aparência frágil, com os olhos marejados, antes de por uma rosa branca em um muro enegrecido por causa da explosão.

Desde as primeiras horas da manhã, pessoas chegam para expressar sua solidariedade com as vítimas e seus familiares. Um membro de Proteção Civil permite o acesso aos visitantes enfileirando-os até o local da tragédia.

"Eu também tenho uma filha da mesma idade. Apenas uma mãe pode compreender a dor de perder um filho", confessa Carla Saponaro, de 44 anos, completamente de luto, com os olhos cobertos por enormes óculos de sol. "Para mim, era impossível não vir aqui", acrescenta.

Ao mesmo tempo, os investigadores continuam seu trabalho sem descanso, inspecionando toda a área que cerca o instituto para localizar o lugar de onde o autor do atentado provocou a explosão de três botijões de gás.

"Em 48 horas, estou convencido que conheceremos as razões desta tragédia", afirma o diretor do instituto Morvillo-Falcone, Angelo Rampino, ainda em estado de choque, em uma entrevista concedida à AFP em frente ao centro educacional.

O procurador geral de Brindisi, Marco Di Napoli, anunciou neste domingo que seria privilegiada a hipótese de um "ato isolado".

"Devemos continuar indo à escola sem ter medo, não podemos deixar de viver por causa de um louco", disse Paolo Ostuni, um aluno de 16 anos.

"Quis vir porque é um dever: Poderia ter acontecido com qualquer um de nós", acrescenta, antes de entrar na fila, onde havia muitos jovens, frequentemente acompanhados por seus pais.

Um pai acompanha o filho pequeno até o muro e deixa que ele deposite um ramo de margaridas antes de colocá-lo nos braços e se afastar em silêncio.

É um momento de recolhimento e dignidade, como na igreja onde é realizado o funeral de Melissa. Não há gritos de tristeza, mas sussurros.

Inclusive diante das câmeras de dezenas de televisões de todo o mundo, o tom continua comedido e prudente: "É preciso deixar a justiça fazer seu trabalho", é a opinião expressa pela maioria dos habitantes de Brindisi.

"É a primeira vez na história da Itália que uma escola é atacada", diz com pesar o diretor. "Nos Estados Unidos, houve atiradores loucos que cometeram massacres em escolas, mas nunca acreditei que isso pudesse acontecer aqui", disse incrédulo.

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