Governo de Alagoas renegocia serviços de internet com a Oi

03/05/2012 04:18 - Maceió
Por Redação

Pouca gente sabe diferenciar serviços de internet banda larga (uso doméstico) com serviços de internet corporativa, utilizada em bancos, governos e grandes empresas. Quando o assunto recai sobre os valores cobrados no Ponto de Acesso Cliente (PAC) a primeira reação é comparar os preços com a banda larga do mercado, tecnologias diferentes entre si principalmente quanto à oferta de serviços. Ao contrário do PAC, a banda larga não oferece priorização de tráfego, garantia de banda (geralmente é menos de 10% do estipulado) e segurança.
Apesar das diferenças de qualidade técnica, o Governo de Alagoas, através do Instituto de Tecnologia em Informática e Informação do Estado (Itec), iniciou um realinhamento de execução contratual com a empresa Oi, em vista a redução de custos dos links corporativos. Na última sexta-feira (27), a Oi apresentou ao Itec as diferenças entre os serviços e expôs os valores do PAC cobrados em outros estados.

“Entendemos que os valores de uma rede corporativa não podem ser comparados aos valores de banda larga. O contrato firmado entre o Governo e a Oi para os links de internet corporativa é de 2010, hoje o cenário é outro e por isto estamos conversando, objetivando renegociar os custos e a qualidade desses serviços”, comenta o diretor-presidente do Itec, Nelson Menezes.

A curto prazo, a Oi já trabalha no sentido de apresentar uma nova proposta de renegociação com o Governo. A proposta vai culminar em melhores condições para o Estado que resultem em soluções na área financeira, de demandas e na necessidade de ampliação de links.

“Quando iniciamos o contrato houve uma preocupação com a quantidade de circuitos instalados e a instalar em relação aos custos a serem despendidos pelo Governo, em função da carência de recursos e da necessidade de atender a demanda dos diversos órgãos usuários da rede”, enfatiza o assessor técnico do Itec, Denivaldo Targino.

Entenda as diferenças entre a Infovia e a banda larga comercial:
No parecer feito pelo consórcio Oi e Vectra, as empresas esclareceram que o Ponto de Acesso a Cliente (PAC) tem como característica principal interligar os órgãos estaduais (postos de saúde, delegacias, postos fiscais) de todos os municípios ao Itec, para que eles tenham acesso a sistemas, à internet e às soluções disponibilizadas pelo Governo de Alagoas (tais como o Siafem, Siplag, dentre outros) utilizando toda a infraestrutura de segurança implantada no Itec (anti-spam, firewall e antivírus), além da gerência dos serviços. Os links do Governo permitem acesso direto aos sistemas com segurança e rapidez.

Diferente de um contrato de banda larga, o PAC prevê a instalação de novos pontos de acesso em qualquer unidade do Governo, independente dos custos que acarretem para a empresa. Como exemplo recente, a Oi usou a instalação de PAC Dados em uma penitenciária na região rural de Arapiraca, cujo investimento alcançou o valor de R$ 170 mil.

O PAC é baseado na metodologia Multi Protocol Label Switching (MPLS), mecanismo de transporte de dados para a criação de redes virtuais, ou na Rede Privada Virtual (VPN). É fornecido através de conexões ou links dedicados que trafegam com a mesma velocidade que foi contratada.

A ideia da VPN é criar uma rede entre as diversas instituições do Governo de Alagoas para que todos os serviços transportados através dela tenham a sua prioridade definida de entrega. Se fosse uma rede comum de computadores nada teria prioridade e toda a informação seguiria numa fila única, por ordem de chegada e sem a devida segurança.

O MPLS traz consigo o conceito de QoS (Quality of Service), que é um conjunto de técnicas para gerenciar a qualidade dos serviços para redes de comunicação de dados. O Ponto de Acesso Cliente (PAC Dados) utiliza o conceito de QoS, ou seja, os pacotes são “etiquetados” e priorizados na entrega do serviço. A Infovia foi implantada para trafegar Dados, Voz e Vídeo de forma eficiente e cada tipo de informação recebe o correto tratamento.

O ‘Acesso Banda Larga à Internet’ é um serviço que prevê apenas acesso à internet, sem SLA, sem gerência e com segurança sob responsabilidade exclusiva do usuário. É um serviço originalmente criado para o varejo, mas que também é fornecido ao mercado empresarial para um segmento de clientes que não exige alta confiabilidade, nem tampouco criticidade em suas operações.

O Service Level Agreement (SLA) deste serviço é de até 48 horas, já que o mesmo está baseado no funcionamento conjunto com a linha telefônica. Os links de ‘Acesso Banda Larga à Internet’, são links “estatísticos” de conexão à internet, os quais não garantem a velocidade contratada. Garantem somente uma porcentagem da banda contratada.

Estes links comerciais variam sua velocidade de acordo com o uso geral de tráfego de outros clientes, que também possuem o serviço. Não há fornecimento de range de endereços IP neste tipo de serviço, dificultando a implantação de servidores e aplicativos.
 

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