O advogado da família do estudante Fábio Acioli, Fernando Falcão disse durante a audiência de instrução do caso, realizada na tarde de hoje, que o inquérito é “pessimamente” falho. Ele afirmou que as investigações foram prejudicadas, lamentando que até agora, três anos após o assassinato, os responsáveis não estejam presos.
“Esperamos que nessa audiência surja algo novo para esclarecer o crime, que aterrorizou a sociedade alagoana. A família está aberta a qualquer entendimento que aponte o mandante do assassinato”, explicou Falcão, apontando ainda, algumas falhas do inquérito.
“O estudante foi queimado vivo, mas não compararam a gasolina usada com a que é vendida nos postos daqui. Também não foram solicitadas filmagens dos locais onde a vítima esteve no dia do crime. O inquérito foi incompetente, esse crime brutal não pode ficar sem solução”, afirmou o advogado.
Serão ouvidos na audiência, pelo juiz Maurício Brêda, os empresários Márcio e Teresa Raposo, além dos tios da vítima Márcio Nutels e Vânia Nutels. O garçom do ‘Beto’s Bar’, Marcos Aurélio, que foi incluído no Programa de Proteção às Testemunhas (Provita), também irá depor.
Crime insolúvel?
Fábio Acioli foi sequestrado em 11 agosto de 2009 quando deixou uma escola de idiomas no bairro da Ponta Verde, em Maceió. Quando passava pelo bairro de Cruz das Almas, local onde residia com a família, o jovem estudante foi abordado por dois homens e colocado na mala do veículo Peugeot prata de placa MUH-6407/AL, que pertencia ao seu pai.
O jovem estudante foi levado para um canavial no bairro Benedito Bentes, parte alta da capital alagoana. Lá, foi torturado e em seguida queimado vivo. Os sequestradores deixaram o local com o veículo, que foi encontrado dias após queimado.
Lúcido, o jovem ainda teve forças para se arrastar até a pista principal do bairro e pediu socorro a moradores da região, que acionaram uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Em contato com a família, Fábio Acioli foi encaminhado diretamente ao Hospital Unimed, onde permaneceu internado por vários dias com queimaduras pelo corpo.
Na tentativa de lutar pela sua recuperação, a família conseguiu sua transferência para o Hospital São Marcos, em Recife (PE). No entanto, apesar dos esforços da equipe médica, Fábio Acioli faleceu no dia 26 de agosto, devido uma infecção generalizada.
Desde então, familiares, amigos e a sociedade cobram da polícia e justiça um esclarecimento e punição dos responsáveis pelo bárbaro assassinato. Apesar da prisão de Carlos Eduardo e Wanderley Nascimento, acredita-se na existência de um autor intelectual, que seria alguém de ‘nome’ na sociedade alagoana.