Congresso instala CPI para investigar ligações de Cachoeira com políticos

19/04/2012 11:58 - Política
Por Redação
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O Congresso Nacional instalou nesta quinta-feira (19) a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que vai investigar, nos próximos seis meses, os negócios e as relações mantidas pelo empresário Carlinhos Cachoeira com políticos e funcionários públicos.

O requerimento que cria oficialmente a comissão foi lido pouco antes das 11h pelo deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), que é o primeiro-secretário do Congresso.

Em seguida, os líderes partidários assumiram os microfones para falar sobre as investigações. Esta é a primeira grande CPI do governo da presidente Dilma Rousseff.

A deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), que coordena os trabalhos de hoje, definiu como prazo a terça-feira (24) da semana que vem para que os partidos indiquem seus representantes que irão compor a CPMI. Somente depois disso é que os trabalhos serão efetivamente iniciados.
Cachoeira, preso pela Polícia Federal no fim de fevereiro, foi apontado como líder de uma quadrilha que explorava jogos de azar em Goiás. Nesta semana, ele foi transferido de Mossoró (RN), onde era mantido em um presídio de segurança máxima, para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

A comissão foi aberta hoje em uma sessão extraordinária do Congresso iniciada por volta de 10h50. Os trabalhos foram conduzidos por Rose de Freitas, que é vice-presidente do Congresso, porque o titular, o senador José Sarney (PMDB-AP), está internado em São Paulo. Ele se recupera de problemas cardíacos.

A CPMI do Cachoeira será formada por 30 parlamentares, sendo 15 deputados e 15 senadores. A oposição, que é minoria tanto na Câmara quanto no Senado, ficará com sete cadeiras.

Para ser instalada, a comissão recebeu o apoio de mais de 400 parlamentares. Assinaram o requerimento 337 deputados e 72 senadores. O número superou o mínimo necessário, que era de 171 deputados e 27 senadores.

Entre os políticos que serão alvos das investigações estão o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), os deputados Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Jovair Arantes (PTB-GO), Sandes Junior (PP-GO) e Stepan Necerssian (PPS-RJ), e os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás.

Outro foco das apurações deverá se concentrar nos negócios da Delta Construções, uma das maiores empreiteiras do País.

Segundo as investigações da Polícia Federal, a companhia faria parte do esquema montado por Cachoeira e teria remetido dinheiro para empresas de fachada.

A Delta é a empresa que mais recebeu dinheiro do governo federal para executar obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). De acordo com o site Contas Abertas, nos últimos 12 anos, foram repassados à companhia R$ 4 bilhões.

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