Após muita polêmica, Assembleia cria CPI da Pistolagem

18/04/2012 07:22 - Política
Por Redação
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O Diário Oficial do Estado trouxe, na edição desta quarta-feira (18), a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito que foi criada com objetivo de elucidar a trama política que resultaria nos assassinatos dos deputados Dudu Holanda (PSD) e Maurício Tavares (PTB). As informações do plano foram divulgadas com exclusividade pelo CadaMinuto no início deste ano.

A CPI da Pistolagem, como ficou conhecida na imprensa alagoana, será composta pelos deputados Luiz Dantas (PMDB), João Henrique Caldas (PTN), Marcelo Victor (PTB), Nelito Gomes (PSDB) e Dudu Holanda (PSD). A Comissão terá o prazo de 120 dias para realizar os trabalhos e, havendo necessidade, a validade poderá estendida. Como suplentes, os deputados Jota Cavalcante (PDT) e Marcos Madeiras (PT) foram designados.

A criação da CPI da pistolagem foi marcada pelo acirramento de ânimos entre o propositor JHC e o presidente do parlamento, Fernando Toledo (PSDB). João Henrique acredita que os trabalhos da comissão poderão trazer à tona a realidade dos fatos que cercam a trama. Já Toledo não tem a mesma crença e acredita que os parlamentares irão se empenhar de fato no pleito municipal que se avizinha.

O plano

A Polícia Federal de Pernambuco comunicou a Polícia Civil de Alagoas as informações de um suposto plano para assassinar os deputados. Tavares, que estava viajando pela Europa, foi “descartado” pelo grupo de pistoleiros, composto por policiais militares, já Dudu seria morto na noite de réveillon. Cícero Ferro foi apontado como o mandante dos atentados.

Cícero Ferro quer Justiça

A trama para executar os parlamentares não foi esquecida pelo suplente de deputado estadual, Cícero Ferro (PMN), apontado como o ‘cabeça’ do esquema. Durante sua passagem, na última semana, pela Polícia Federal, Ferro conversou com a reportagem do CadaMinuto, quebrou o silêncio e pela primeira vez falou sobre o documento – segundo a PF, falso – que o apontava como autor intelectual.

O suplente prestou depoimento ao delegado da Polícia Federal, Políbio Brandão, e tentou evitar a imprensa, quando questionado sobre o assunto, mas diante da persistência, Ferro falou sobre algo que o incomoda desde janeiro deste ano. Segundo ele, a trama arquitetada para executar Dudu Hollanda e Maurício Tavares é uma ‘besteira’ que aconteceu no passado bem recente. “Isso aconteceu e espero que a justiça adote as medidas cabíveis e necessárias. É o que quero”, comentou o suplente.

Indagado pela reportagem do CadaMinuto se o arquivamento das investigações pela Polícia Civil alagoana o faria esquecer de todo o desgaste que sofrera diante das acusações, Ferro pensou por alguns segundos e garantiu. “Esquecer tudo que eu passei? Nunca. Jamais!”, frisou e, em seguida, entrou em seu carro que o aguardava com dois seguranças.

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