A CPI que se levanta - depois de adormecida - com o pé esquerdo

18/04/2012 08:04 - Blog do Vilar
Por Redação

Manifestei-me no twitter assim que li as indicações para a composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pistolagem. Vejo como incoerente a participação de deputados que estão envolvidos na "suposta trama" (é válido frisar isto sempre) de assassinato de deputados estaduais. É nisto que questiono a indicação do deputado estadual Dudu Holanda (PSD), que é a "suposta vítima" (também é válido frisar isto sempre)!

Ora, o que se tem da suposta trama assassina são também suspeitas de que ela pode sequer ter existido. Contribuiu para isto o surgimento de um depoimento que - conforme a Polícia Federal - nada mais é que um documento falso. Este foi apresentado à imprensa por Dudu Holanda, que precisa ser ouvido pela CPI para explicar o acesso ao documento (já o fez à imprensa e à Polícia Civil. Lembram?) A trama pode ter sido um engenhoso plano arquitetado por sabe-se lá quem com objetivos bem políticos.

Como este é o ponto central da CPI da Pistolagem - que pode desdobrar para crimes impunes, como já foi frisado pelo próprio deputado estadual João Henrique Caldas (PTN) - seria interessante que os envolvidos na suposta trama - incluindo a suposta vítima - não participassem da Comissão, pois precisariam ser ouvidos. Explico: parece óbvio que a CPI deverá tentar ouvir o ex-deputado estadual Cícero Ferro (PMN), que é parte acusada de ser mandante. Logo, ouviria também Dudu Holanda, Maurício Tavares, enfim...

É preciso esclarecer: o depoimento falso, como surgiu a trama, de onde partiram as primeiras informações e apontar uma verdade que até esta data não veio. Isto requer analisar todas (vale ressaltar isto também) as possibilidades a respeito da suposta trama assassina. O deputado João Henrique Caldas - que é o propositor da CPI e que nela se encontra - parece concordar com o que aqui fala este blogueiro.

JHC questiona também a presença de Dudu Holanda na Comissão. E no mais - há quem diga - que há outro deputado da Comissão, caso esta aprofunde as investigações, que também precisaria ser ouvido. A CPI da Pistolagem é formada por Luiz Dantas (PMDB), JHC (PTN), Nelito Gomes de Barros (PSDB) e Marcelo Victor (PTB).

Pelas indagações que a CPI traz logo em seu início, é de se lembrar do que falou Judson Cabral (PT) sobre a credibilidade do parlamento para uma investigação como esta, diante de seus desdobramentos. Aguardemos.
 

Estou no twitter: @lulavilar

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