O Ministério Público Estadual não descarta a participação de agentes públicos no esquema que desviou da Secretaria de Estado da Defesa Social (SEDS) mais de R$ 300 milhões. A operação, denominada ‘Espectro’, deflagrada nesta manhã de terça-feira (06), culminou com a prisão de oito pessoas e vários documentos apreendidos.
Durante a coletiva de imprensa realizada na sede do órgão, foi apresentado um balanço da operação. Dois 17 mandados de prisão expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, oito foram cumpridos pela polícia; já todos os 30 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. A polícia apreendeu dois revólveres calibre 38, uma espingarda calibre 12, além de documentos e diversos produtos que serão analisados a partir de agora. Na casa do empresário Délio Xavier, R$ 4 milhões em cheque e cerca de 200 mil em dinheiro foram apreendidos.
Na lista dos presos estão os contadores José Carlos Dantas Roberto, Tânia Lúcia Feijó de Andrade, Antônio Luiz Gonzaga Filho; e os empresários Luzinete França Arakaki, Emerson Toshio Arakaki, Délio Xavier Tavares, Irani Martins Brito e Adelson Barbosa da Silva. Todos foram interrogados na Central de Polícia e em seguida, encaminhados à Casa de Custódia, localizada no bairro do Jacintinho.
Segundo o secretário-adjunto da Defesa Social, Paulo Cerqueira, o processo surgiu na Secretaria, responsável pela primeira denúncia. Em seguida, os processos foram encaminhados à Corregedoria, à Secretaria de Estado da Fazenda, quem comandou toda a denúncia. “Foi a própria Seds e seus gestores que fizeram as denúncias e buscaram toda essa elucidação, na busca de se verificar uma simples nota fiscal que estava idônea”, garantiu.
Além de Cerqueira, participaram da coletiva o secretário da Fazenda, Maurício Acioli Toledo; o procurador geral do MP, Eduardo Tavares, e o representante do Gecoc, promotor Luiz Vasconcelos, que durante a coletiva disse que as investigações estão apenas no início.
“Isso é apenas o começo, sequer estamos no meio e tão longe do fim. O rombo pode ser bem maior porque as empresas forneciam também alimentos para outras secretarias do Estado. Agora, todos os documentos apreendidos passarão por análise e vamos chegar a um denominador comum”, concluiu, lembrando que as pessoas que não foram presas podem ser ‘fantasmas’ ou ‘laranjas’.
Já Eduardo Tavares ressaltou a importância da luta contra o mau uso do dinheiro público. “Passemos a dar um basta nessa situação, muito importante papel da imprensa, da sociedade organizada e é muito importante que nós todos passamos a agir sinergicamente, em sintonia e com conjugação de forças para que nós possamos passar a limpo essas páginas negras que insistem em estar nesse livro da história de alagoas. Justamente essas páginas que tem a assinatura dos maus comerciantes, dos maus gestores funcionários públicos. As medidas serão enérgicas e que nós não iremos negligenciar com esse direito tão elementar da cidadania que é ver o dinheiro público bem empregado”, finalizou.