Mizael Bispo de Souza se apresentou ao juiz Leandro Cano por volta das 18h15 desta sexta-feira. Vestindo terno e gravata, ele entrou no fórum no carro dos advogados que o acompanhavam, Wagner Garcia e Ivon Ribeiro, pelo estacionamento. A apresentação foi previamente acordada com o juiz. Bispo fez exigências como, não entrar pela porta da frente e na ausência de jornalistas e do promotor Rodrigo Merli Antunes.

A 500 METROS DE CASA

Rastreamento de telefones e sinais de internet com autorização da Justiça indicam que Mizael estava há meses no bairro Bonsucesso, em Guarulhos. "Ele trocava de esconderijo para não ser encontrado", disse o promotor. Um dos esconderijos foi a casa de um amigo

Segundo outro advogado dele, Ivon Ribeiro, ele sempre esteve a 500 metros da própria casa, no mesmo bairro.

Antes disso, esteve nas cidades baianas de Ibotirama e Paratinga, onde vivem pais e primos dele.

De acordo com o estatuto da advocacia, o acusado tem direito a ficar preso numa sala do estado maior e não numa cela _ uma sala do estado maior é um quartel ou unidade das Forças Armadas. Não pode haver grades nem regime penitenciário.

"Se em dez dias não arrumarem uma sala nesses moldes, ele poderá ter o benefício da prisão domiciliar, o que causaria ainda mais descrédito na população", disse Antunes.

Somente após uma eventual condenação, o acusado seria levado a uma penitenciária.

Para o promotor, Bispo optou pela apresentação à Justiça para tentar sensibilizar a opinião pública quando ele for julgado. "Não temos dúvida que ele cometeu o homicídio", disse. Além disso, ele estaria sem dinheiro.

O acusado chegou ao presídio militar às 21h45 num carro da Corregedoria da PM, com o paletó sobre o rosto ladeado por soldados.

"Ele só pediu tudo isso ao juiz para não ser esculachado pela Polícia Civil", afirmou Ribeiro