Quando se Incendeiam Pessoas!!!

23/02/2012 19:07 - Direito do Consumidor
Por Redação

Amigos hoje tratarei de um tema fora do Direito do Consumidor, porém que está em nossas vidas, o Carnaval.

Nasci em Salvador, pai baiano e mãe alagoana, tenho família lá e cá, adotei Maceió como minha cidade e por ter metade do sangue Alagoano me orgulho de morar aqui, todos os meus projetos pessoais envolvem esta cidade que chamamos de Paraíso das Águas às vezes percebo que muitos não valorizam o que tem, mas isso fica para outro dia.

Bom, como bom baiano, o carnaval está na minha veia e não abro mão desta festa. Todos os anos faço a minha peregrinação “religiosa”, para a terra natal e lá curto esta festa que não tem igual.

Os números apontam que o Carnaval Soteropolitano é “pulado”, por cerca de 2 milhões de foliões. Para quem não sabe esta festa começou como uma manifestação livre e espontânea do baiano, na brincadeira, onde pessoas jogavam bolas cheias de água-de-cheiro uma nas outras, sendo reprimida pela polícia e posteriormente ganhando força nos bailes de salão.

A evolução do Carnaval como festa, fez surgir o Trio Elétrico criado ou inventado pela dupla Dodô e Osmar e aperfeiçoado pelos mais diversos engenheiros de sons do mundo. Este caminhão carregado de caixas de som e com uma banda em cima consegue atrair milhões de pessoas que ficam extasiadas com os acordes das guitarras e os sons dos tambores que ecoam durante o dia e a noite nos circuitos da capital baiana. Os artistas chegam a cantar mais de 30 horas juntando os 06 dias de folia.

O Carnaval causa um verdadeiro incêndio nas pessoas é nessa época que ouvimos frases como: "No carnaval, ninguém é de ninguém", “O que acontece no Carnaval fica no Carnaval” ou "Amor de carnaval dura só quatro dias", enfim diversas frases que demonstram que o brasileiro utiliza desta festa para extravasar.

Cumpre salientar que o carnaval é a maior festa popular do nosso país, celebrado por todos, independente de raça, cor ou religião.

Voltando ao Carnaval de Salvador, com o tempo notei que nos dias da folia momesca, diversas pessoas o utilizam para aumentar a sua renda e não estou falando somente dos vendedores de cervejas, refrigerantes, ices, águas, energéticos, enfim diversas bebidas que são comercializadas no famoso “Isonor”, os ambulantes partem em busca do folião, destaco também a famosa feira de Abadás, é sim, uma feira de Abadás, que ocorre todos os anos no antigo Aeroclube.

Notei que a feira está bem evoluída, atualmente você compra o Abadá e já pode fazer a reforma no mesmo local, é meninas não se preocupem lá mesmo já resolve. Porém o que você compra por lá infelizmente não estará sob a égide do nosso CDC e você não poderá acionar os órgãos de Proteção ao Consumidor, pois a feira não é regulamentada, não possui um CNPJ, não possui um estabelecimento Comercial, enfim é a total informalidade.

Nesse ano, descobri que na “Feira dos Abadás”, já existe Cartão de Crédito é isso mesmo, antes só existia a compra a vista e em dinheiro, agora já encontrei alguns “comerciantes” utilizando desta ferramenta. Também encontrei diversos “conhecidos”, ou seja, vendedores que todos os anos estão no mesmo local comprando e vendendo, encontrei também amigos de Maceió, que lá estavam na busca de trocar, comprar e vender seus blocos e assim conseguir a tão desejada diversão.

No Carnaval reencontramos velhos amigos e fazemos novas amizades, como o amigo Charles de Manaus, que veio curtir a folia baiana pela terceira vez e, dessa, sozinho, conhecemos também alguns estrangeiros da Índia e da Austrália que tentavam a todo momento entender o que os acordes das grandes atrações como, Chiclete, Asa, Ivete, Pisirico dentre outros, tinham de contagiante que levantavam e arrastavam multidões.

É nessa festa, e estou falando da folia baiana, que as pessoas ficam literalmente incendiadas; é nessa festa que o calor humano é sentido com mais fervor; é nessa festa que as pessoas perdem a vergonha; é nessa festa que as raças se misturam; é nessa festa que como dizem na Bahia, as pessoas “Se Jogam”; é nessa festa que os personagens aparecem e usar fantasia não é ridículo e sim bonito; é nessa festa que colocamos o bloco na rua; é nessa festa que protestamos; é nessa festa que esquecemos os problemas; é nessa festa que extravasamos os sentimentos; é nessa festa que, como diz a música, nos jogamos de um lado para o outro com o pescocinho para frente; é nessa festa que somos brasileiros ao extremo e não desistimos de correr atrás de um trio, um bloco, um amigo (a), uma esposa (o), uma namorada (o), um (a) ficante, ou como diz a música um lance; é nessa festa que alguns descansam; é nessa festa que dizemos “Quarta Feira a gente conversa”, utilizando a frase do meu amigo Beto Jr.; é nessa festa que os amores, começam ou terminam, pois já ouvimos amor de carnaval dura; enfim é nessa festa que esperamos que a Quarta Feira de Cinzas demore a chegar.

Por fim, como bom Baiano/Alagoano/Brasileiro, que utilizo este espaço dedicado ao CDC, para sair do tema e externar a minha paixão pelo Carnaval, em especial o de Salvador, que venha 2013, estarei lá novamente cumprindo a minha peregrinação.

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