Termina primeiro dia de julgamento de acusado de matar Eloá

13/02/2012 17:20 - Brasil/Mundo
Por Redação
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Terminou por volta das 20h desta segunda-feira (13) o primeiro dia de julgamento de Lindemberg Alves, acusado de matar Eloá Pimentel em Santo André, no ABC, em 2008. O júri deverá ser retomado às 9h desta terça (14). O acusado deixou o fórum e passará a noite em um presídio na região.

O sargento da Polícia Militar Atos Antonio Valeriano, que escapou de um tiro durante o sequestro, foi o último a falar. Seu depoimento durou cerca de 45 minutos. Houve bate-boca entre o assistente de acusação e a defesa.

Segundo o PM, Lindemberg Alves atirou para matá-lo. "O tiro passou a 30 centímetros da minha cabeça." Valeriano disse que o acusado repetia várias vezes que ia "matar todo mundo" e depois se matar.

Antes do policial, os três jovens que foram mantidos reféns, mas sobreviveram ao cárcere privado, falaram no julgamento.

Iago Vilera
Iago Vilera prestou depoimento por mais de 30 minutos. O acusado voltou à sala do júri sem algemas e escoltado por dois PMs para assistir ao depoimento, já que o jovem não se opôs à presença dele.

"Eu vi o Lindemberg perseguindo a Eloá, passando de moto e encarando os amigos de forma ameaçadora", disse Vilera. "Fiz tratamento psicológico para me curar do trauma."

Victor Campos
Antes dele, o estudante Victor de Campos, que também foi mantido refém por Lindemberg, prestou depoimento. Foi o segundo a falar no julgamento, iniciado pela manhã. Nayara Rodrigues, amiga de Eloá que foi baleada durante o sequestro, falou por quase duas horas. O depoimento dela terminou por volta das 17h; o de Campos, pouco antes das 18h.

Campos disse que Lindemberg disse que "não estava para brincadeira". "Ele dizia que ia fazer uma besteira. Me deu uma coronhada porque achou que eu tinha algo com a Eloá." Segundo ele, o acusado dizia aos reféns: "Vou atirar em um de vocês para botarem fé em mim". "O que me dava mais medo era ver meus amigos tomarem um tiro, acontecer alguma tragédia", disse.

Nayara Rodrigues
Já Nayara Rodrigues disse que Lindemberg passou a odiá-la. "Ele achava que eu influenciava negativamente a Eloá. Ele achava que ela tinha terminado o namoro por minha causa. Ele me odiava e odiava minha mãe", disse. Ela falou por quase duas horas.

Segundo ela, o acusado mudou o comportamento com ela após o término. Antes, segundo ela, a relação entre ela e o ex da amiga era "boa". Lindemberg foi retirado da sala a pedido da jovem.

Apesar de toda a repercussão do caso, Nayara disse que conseguiu passar de ano. "Fiquei o resto do ano fora da escola, mas não perdi o ano porque fiz trabalhos em casa", afirmou. Ela contou também que fez tratamento "psicológico e psiquiátrico". "tomei remédio, mudei de escola. E ainda tenho cirurgias para fazer."

Nayara disse que o namoro de Lindemberg e Eloá tinha "idas e vindas". Segundo ela, os dois terminaram "várias vezes". "Uma vez ela não quis voltar e aí ficou conturbado. Lindemberg começou a persegui-la e a agrediu em um ponto de ônibus." Durante o depoimento, Nayara começou a chorar. "Ele batia nela o tempo todo dentro da casa, não largava a arma", disse, emocionada. Segundo ela, Eloá ficou "exausta" e "nervosa". "Ela disse que se era para morrer que fosse logo."

"Ele se vangloriava, via tudo pela TV. Deu um tiro no PM e disse: 'É para mostrar que eu não sou bonzinho'." Nayara disse que Eloá ficou "toda roxa, muito machucada."

Júri
O julgamento de Lindemberg Alves Fernandes começou por volta 10h50 desta segunda-feira. Houve um recesso para almoço das 13h às 14h30. Durante a manhã, houve a exibição de vídeos tanto do Ministério Público quanto da defesa do réu aos jurados. Seis homens e uma mulher compõem o conselho de sentença, definido no início do julgamento.

Durante uma hora e meia, a defesa de Lindemberg exibiu cerca de 15 vídeos jornalísticos que retratam a cobertura da imprensa e também a invasão da Polícia Militar ao apartamento onde a Eloá foi mantida refém por cinco dias, entre 13 e 17 de outubro de 2008.

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