Plano de emergência do Rio prevê 14 mil homens do Exército para garantir Carnaval, diz Simões

09/02/2012 13:46 - Maceió
Por Redação

O comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, procurou tranquilizar a população e afastou o risco de o Carnaval carioca ser prejudicado em razão da ameaça de greve da corporação.

Segundo Simões, um plano emergencial foi montado em reunião na manhã desta quinta-feira (9) no Comando Militar do Leste. Participaram do encontro representantes das polícias Militar e Civil e o general Adriano, comandante militar do leste.

- O Carnaval está 100% mantido. Atuaremos no sambódromo e em toda a região em torno dele normalmente. Também atenderemos qualquer ocorrência no Estado.

O comandante explicou que, a partir desta quinta, ações administrativas da corporação estão suspensas. Com isso, os cerca de 2.000 bombeiros que exercem funções internas estarão de prontidão para atender a população.

- Durante esse período [da possível greve], vamos cancelar o administrativo. Todos estarão prontos para servir a população. Além disso, cerca de 700 oficiais e praças que estão inativos em função de cursos de especialização serão convocados.

Cerca de 300 homens da Força Nacional de Segurança poderão ser convocados, caso necessário, para auxiliar os bombeiros do Estado. Simões explicou ainda que 14 mil homens do Exército poderão ajudar a PM.

Bombeiros votam greve em assembleia

Bombeiros, policiais civis e militares e inspetores penitenciários decidem nesta quinta-feira, se entram ou não em greve, em uma assembleia que será realizada na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. Os líderes do movimento grevista ficaram insatisfeitos com o reajuste de 38,81% aprovado nesta quinta-feira (9), por 60 votos a um na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). No projeto de lei, o piso salarial de um soldado da PM, que é de pouco mais de R$ 1.000, vai chegar a R$ 2.036 em outubro de 2013.

No entanto, para o comissário da Polícia Civil Fernando Bandeira, a antecipação de parcelas de reajustes já aprovados é uma medida muito tímida. Ele afirmou que espera um aumento maior do salário.

- Esse reajuste que foi concedido é só a antecipação de recursos que já haviam sido aprovados. Isso é só uma pequena vantagem. O salário é muito baixo. Um inspetor de polícia já chegou a ganhar 60% do salário de um delegado. Hoje, esse valor não chega a 20%. Do jeito que está não dá para continuar. Não tem plano de saúde. Não tem remédio. O vale-transporte de R$ 100 também não resolve a vida de todo mundo.

Segundo ele, caso os policiais civis decidam entrar em greve, vão se comprometer a manter o efetivo de 30% em operação, conforme a lei, para atender a casos de flagrantes, homicídios e remoção de cadáveres.

Votação

A aprovação do reajuste na Alerj ocorreu em votação simbólica, método adotado quando há acordo em relação a um projeto. Os votos não são registrados individualmente. O presidente da sessão pede aos parlamentares favoráveis à matéria que permaneçam como se encontram, cabendo aos contrários manifestarem-se.

Os reajustes, que eram de aproximadamente 0,9% ao mês até o fim de 2014, foram juntados e divididos em três parcelas. Em fevereiro, o reajuste será de 10,5% e em janeiro de 2013, de 26%. Também ficou acertado que em 2014 o reajuste de fevereiro será acrescido de 100% sobre a inflação no período de 12 meses anteriores ao reajuste.

A aprovação do texto aditivo ao projeto original enviado à Alerj pelo governador Sérgio Cabral, que sofreu 78 emendas, também prevê o benefício de auxílio-transporte no valor de R$ 100, criação de um banco de horas e a manutenção do pagamento de gratificações em caso de licença-médica por ferimento em serviço.

O projeto segue para a sanção do governador, que tem 15 dias para sancionar o texto com as mudanças. Líder do governo na Alerj, o deputado André Correa (PPS) falou sobre a aprovação do reajuste e da possibilidade de greve de policiais e bombeiros.

- Vale ressaltar que o governo está aprovando a maior recuperação histórica salarial dos servidores da segurança pública. Todas as ações estão sendo feitas com responsabilidade. Confiamos no espírito público dos servidores para que a sociedade carioca tenha um Carnaval tranquilo.

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) considerou a aprovação do projeto como um avanço, mas criticou o governo estadual por enviar a proposta para a Alerj sem conversar com as categorias.

- É um avanço, mas ainda temos o segundo pior salário do país na PM. Hoje, não há um clima bom no Rio de Janeiro entre policiais e bombeiros. Se esse diálogo tivesse sido feito com as categorias, teríamos hoje um clima mais tranquilo. Agora, não sabemos o que esperar das categorias. Se vão fazer greve ou não.

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