Estudo divulgado nesta terça-feira (17) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que a população do Nordeste é a que mais está vulnerável em relação às suas condições de vida.
A pesquisa, intitulada “Vulnerabilidade das Famílias entre 2003 e 2009”, considerou a variação de dimensões sociais e econômicas no período e constatou que a vulnerabilidade se concentra mais fortemente nas áreas rurais de Alagoas, Maranhão, Piauí, Ceará e Pernambuco.
Ao apresentar os dados, hoje, o coordenador do estudo, Bernardo Furtado, citou como exemplos de fatores que aumentam a vulnerabilidade a restrição do acesso a oportunidades - seja pela qualidade inadequada da habitação ou por sua precária localização, pelo acesso dificultado a uma vaga no mercado de trabalho, pela falta de acesso à educação e ao conhecimento ou pelos efeitos dessa falta de conhecimento sobre prevenção e saúde.
O índice de vulnerabilidade das famílias foi medido com base em dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e leva em conta seis dimensões: vulnerabilidade social, acesso ao conhecimento, acesso ao trabalho, escassez de recursos, desenvolvimento infanto-juvenil e condições habitacionais.
O índice nacional de vulnerabilidade das famílias brasileiras, em 2009, registrou melhora de pouco mais de 14% em relação à média de 2003. Segundo Furtado, mesmo regionalmente, o índice apresentou melhora como um todo.
No entanto, ele observou que o Nordeste mantém os maiores valores em termos absolutos, enquanto a região Norte apresenta a menor evolução dos indicadores no período.
- Em termos de evolução, a região Norte foi a menos dinâmica em relação às melhoras, talvez pelas distâncias que são grandes, o que gera uma dificuldade de mobilidade. Com isso, há mais dificuldade do gestor público operar.
No Nordeste, o índice de vulnerabilidade teve maior decréscimo no Maranhão (17,7%), seguido de Bahia (16,3%), Piauí (15,9%), Rio Grande do Norte (14,8%), Ceará (14,5%), Pernambuco (14,3%), Alagoas (12,8%) e Paraíba (12,3%).