Acusado de matar Ceci chama sobrevivente de irresponsável

17/01/2012 08:08 - Maceió
Por Redação
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Apontado pela única sobrevivente da chacina da Gruta com o homem responsável pelo tiro que assassinou a ex-deputada federal Ceci Cunha, Jadielson Barbosa da Silva foi o primeiro a ser interrogado pelo juiz André Tobias Granja, da 1ª Vara da Justiça Federal, nesta terça-feira (17), segundo dia de julgamento.

Assim como José Alexandre e Mendonça Medeiros, que já foram ouvidos no Fórum da Justiça Federal, no bairro da Serraria, em Maceió, Jadielson Barbosa negou veementemente participação no crime que chocou Alagoas e que sofreu pressão dos agentes da Polícia Federal para confessar participação em chacina.

Ele afirmou que no dia do assassinato estava indo a Arapiraca levar o filho do ex-parlamentar Talvane Albuquerque A descoberta das mortes ocorreu através de uma rádio. “Só quando cheguei a Arapiraca é que fiquei sabendo que estavam acusando o deputado por envolvimento no crime. Quando as acusações começaram tive medo de ser preso e por isso decidi sair da capital. Sou uma pessoa pobre e isso iria cair sobre mim”, disse. Ele acrescentou ainda que não conhece o local onde a chacina aconteceu e nem as pessoas que teriam praticado o crime, culminando com a morte de Ceci Cunha e outros três familiares.

O juiz André Granja leu trechos do depoimento dado por Jadielson Barbosa à Polícia Federal, onde o acusado foi ouvido após sua prisão. Sobre a conversa entre Talvane e o pistoleiro Chapéu de Couro, o interrogado afirmou que seria para a contratação de seguranças, já que o deputado havia descoberto um plano para assassiná-lo.

“Ele sabia que o deputado Luiz Dantas queria matá-lo por isso decidiu aumentar sua segurança”. Jadielson afirmou ainda que não teve contato com o pistoleiro, pois conhecia a índole dele, já que era uma pessoa perigosa. Sobre uma conversa entre Talvane e o pistoleiro para assassinar outros dois políticos, Albérico Cordeiro e Augusto Farias, é desconhecida pelo acusado.

Sobre ter sido reconhecido pela irmã de Ceci Cunha, Claudinete Maranhão, como o executor da parlamentar, Jadielson a chamou de irresponsável, acrescentando que ela foi pressionada pelo advogado Raimundo Palmeira para fazer o reconhecimento do acusado.

“Ela foi uma irresponsável atribuindo a mim o crime na oitiva com o delegado Daniel Acioli. O advogado Raimundo Palmeira chegou a atuar na minha defesa, mas como não chegamos a um acordo de dinheiro, na outra semana ele estava na acusação. Raimundo disse que não me preocupasse porque era crime de máfia e eu não seria acusado”.

Jadielson Barbosa chegou a ser preso por dois anos. Durante o interrogatório, o acusado mostrou estar confiante em sua absolvição pelo júri. “Tenho certeza que sairei daqui pela porta da frente. Sou inocente e espero por justiça. Sair absolvido para recomeçar a minha vida juntamente com minha família”.

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