Desde o início da semana o Cadaminuto vem fazendo uma série de cinco reportagem relembrando o caso Ceci Cunha, onde 13 anos atrás em um episódio chamado de Chacina da Gruta a então deputada e três parentes seus foram barbaramente asassinados, clique abaixo para ler os três capítulos anteriores e depois veja a quarta parte.
O Cadaminuto transmite ao vivo o julgamento de Ceci Cunha na próxima segunda:
Parte 1: Especial Ceci Cunha: Filhos contam como receberam notícia
Parte 2; Especial Ceci Cunha 2: Argumentos do MPF e dos advogados
Parte 3; CNJ e a demora no processo
Parte 4: As Provas do crime
Após treze anos de um dos crimes de maior repercussão em Alagoas, a Chacina da Gruta, a principal testemunha do caso concedeu entrevista exclusiva ao Fantástico exibido no último domingo (08). Ela contou detalhes de tudo o que aconteceu na noite do dia 16 de dezembro de 1998, quando a deputada Ceci Cunha e seus familiares foram executados.
Dois homens armados abriram o portão, invadiram a casa e atiraram à queima-roupa. Mataram a deputada federal Ceci Cunha, o marido dela, Juvenal, o cunhado Iran e a mãe dele Ítala Maranhão.
De acordo com a irmã de Ceci, que também estava na varanda na noite do crime, o clima era de intimidade familiar. “A gente estava conversando sobre os filhos dela. E de repente, eles entraram e começa tudo” lembra a psicóloga.
Ela conta ainda que a intenção era de matar a deputada. “Minha sogra falou primeiro: ‘Pelo amor de deus, não faça isso’. Foi quando ela recebeu o tiro em seguida. Nesse momento que eu vi o tiro nela, foi quando eu levantei e corri pra dentro da casa pra me esconder. Aí foi quando eu ouvi outra pessoa falar: ‘A deputada não é essa’. Eles queriam matar minha irmã”, revela emocionada.
Ainda segundo a psicóloga, ela correu para dentro da casa e se escondeu embaixo da cama. “Fiquei lá, aguardando quietinha, com medo”. Ao sair, encontrei meus familiares mortos e não podia fazer nada”, se emociona.
Provas do crime
De acordo com o rastreamento feito pela polícia Federal, no dia da chacina, foram efetuadas várias ligações entre os telefones dos acusados.
As linhas utilizadas foram:
• (082) 972-5805, pertencente a José Alexandre dos Santos, o Zé Piaba.
• (082)985-3654 que estava com Mendonça Medeiros, esperando para da fuga aos assassinos, conforme depoimento prestado por ele na Justiça.
• (82)981-1142, pertencente ao médico Talvane Albuquerque.
Durante esses trezes anos, foi feita apenas uma única reconstituição do percurso feito pelo acusado Mendonça Medeiros horas antes do crime.
Todas as informações fornecidas por Mendonça Medeiros na reconstituição combinam com as provas obtidas pela Polícia, desde o porteiro que viu os assessores de Talvane Albuquerque saindo de seu prédio em um Uno verde e com um galão de combustível, que possivelmente foi utilizado para incendiar o veículo Uno verde usado na chacina, até as ligações telefônicas que foram rastreadas, combinando exatamente com o percurso e o horário descritos por Mendonça Medeiros na sua confissão.
Em depoimento José Alexandre dos Santos, o Zé Piaba, afirmou que foram utilizados dois carros, sendo um Uno verde e um Santana, sendo que este último foi usado para dar fuga aos assassinos, após incendiarem o Uno verde e pertencia ao cunhado de Talvane Albuquerque.
José Alexandre disse ainda que Alécio Vasco, segurança pessoal de Talvane Albuquerque, comprou dele as armas utilizadas no crime.
Segundo os legistas, o cartucho das espingardas foi montado com pedaços de chumbos, que aumenta o poder de destruição