Enquanto comercio Fortaleza fechava por causa da greve,Cid Gomes fazia compras em Paris

04/01/2012 07:28 - Geral
Por Redação
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Enquanto o comércio de Fortaleza fechava as portas no dia 3, o governador socialista Cid Gomes - o segundo mais bem avaliado entre os governadores pela Folha de S.Paulo - fazia compras na Champs Élysées. La vie en rose em Paris.

Terminou nesta madrugada a greve, iniciada no último dia 29, dos cerca de 10 mil policiais militares e bombeiros no Estado do Ceará. As duas associações que representam a categoria decidiram entrar em acordo com o governo estadual e aprovaram um documento, assinado por todas as partes envolvidas no processo.

Além do comércio de Fortaleza, que decidiu fechar as portas nesta terça-feira, 3, repartições públicas e serviços básicos também paralisaram as atividades por conta da greve de policiais militares e bombeiros do Ceará. Postos de Saúde, Correios, Secretarias Municipais, Tribunal de Justiça, Fórum Clóvis Beviláqua e algumas escolas públicas encerraram mais cedo o expediente de hoje.

Segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) o fechamento dos postos de saúde se deu por conta da sensação de insegurança que predomina na Capital.

Já no Tribunal de Justiça, foi baixada uma portaria para encerrar todo o expediente às 14h30. Nos Correios, funcionários suspenderam a entrega de encomendas até que a situação da segurança no Estado seja normalizada, segundo informações do Sindicado dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares do Estado do Ceará (Sintect-CE).

Agentes da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) também ameaçaram paralisar as atividades, alegando "falta de segurança em toda a cidade". O mesmo ocorreu com motoristas de ônibus da Capital.

Parte das reinvidicações aceita por Cid Gomes

Parte das reivindicações dos militares foi aceita pelo governador Cid Gomes, através de seus emissários secretário da Fazenda e do Planejamento.

No acordo firmado entre governo e policiais, os grevistas devem se apresentam nos seus quartéis até a meia-noite de hoje; em contrapartida, o governo concede anistia ampla e irrestrita a todos os que participaram do movimento grevista nos últimos cinco dias.

Além disso, serão pagos R$ 850,00 a todos os policiais que atuam nos turnos da manhã e tarde, gratificação que era paga apenas aos militares que trabalhavam no turno C (madrugada) das escalas de serviço. O governo também aceitou diminuir de 44 para 40 horas semanais a carga horária na escala de todos os policiais.

Outro item do acordo é o aumento salarial de 7%. Os militares exigiam aumento salarial de 80% até o fim de 2015. Para a categoria também foi prometida a anulação da liminar da desembargadora Sérgia Maria Mendonça Miranda, do Tribunal de Justiça do CE (TJ-CE). A magistrada, em decisão tomada na noite de segunda-feira, ordenou a volta imediata dos militares e multa de R$ 500,00, por dia, para cada um deles em caso de desobediência à ordem judicial, e de R$ 15 mil para as associações que representam a categoria.

Polícia Civil - À noite, os policiais civis, que também lutam por reajuste salarial, decidiram voltar à greve, desta vez com adesão de 100%. O sindicato da categoria (Sinpoci) alegou que a Polícia Militar conseguiu promessa de aumento, enquanto a categoria, em cinco meses, em 2011, fez a paralisação conforme a lei e não conseguiu êxito.

Em 14 de dezembro de 2011, a mesma desembargadora já havia reconhecido a ilegalidade de uma greve dos policiais civis após o Estado impetrar pedido de liminar.

Na ocasião, a magistrada ressaltou que o direito de greve não era absoluto, principalmente no que dizia respeito à prestação de serviço público e, em especial, à segurança pública. Ainda segundo a desembargadora, embora reconhecendo justas as pretensões da categoria em discutir condições de trabalho e remuneração, teria que ser ponderado o interesse público e a necessidade de se dar continuidade ao serviço essencial.

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