A Área de Proteção Ambiental (APA) de Santa Rita completa hoje 27 anos de criação. Para envolver a população que reside nela em atividades de preservação, o Instituto do Meio Ambiente (IMA) desenvolve o projeto Conhecer para Proteger. Cerca de 45 pessoas, entre pescadores, professores, representantes do poder público e moradores, assistiram a palestras, participaram de debates e de uma aula, sobre o Complexo Estuarino-Lagunar Mundaú Manguaba (CELMM), a bordo do barco-escola.
“A educação ambiental tem muito mais força do que se imagina”, disse Adriano Augusto, diretor-presidente do IMA. Para os representantes da comunidade de Barra Nova, ele incentivou que os professores levassem os alunos para participar do barco-escola: “tragam seus alunos porque eles podem crescer com uma cabeça melhor do que a nossa e ser profissionais cada vez mais preocupados com a questão ambiental”.
O projeto Conhecer para Proteger a APA de Santa Rita, é desenvolvido pelas Diretorias de Unidades de Conservação (Diruc) e de Desenvolvimento e Pesquisa (Didep).“As pessoas precisam saber que vivem dentro de uma Unidade de Conservação para poder ajudar na manutenção da vida local e fiscalização das agressões que possam acontecer”, disse Lana Ingrid, chefe da APA de Santa Rita.
Criada pela Lei 4.607 de 19/12/1984, é uma das sete Unidades de Conservação estaduais. Regulamentada pelo Decreto nº 6.274/85, o mesmo que criou a Reserva Ecológico (Resec) do Saco da Pedra, comporta parte do CELMM e possui 10.230 hectares distribuídos entre os municípios de Maceió, Coqueiro Seco e Marechal Deodoro.
O objetivo dela é garantir a preservação das características naturais e ordenar o uso e ocupação do solo. A APA de Santa Rita possui um Conselho Gestor - de caráter consultivo e formado por 16 pessoas, representantes do poder público e da sociedade civil organizada – além do Plano de Manejo, que define o uso e ocupação, e o Zoneamento Ambiental que indica as áreas que podem ser usadas e as que devem ser mantidas sem interferência, as Áreas de Proteção Permante (APPs) e de Proteção Integral.
Além dos aspectos ecológicos, a APA é importante para a manutenção dos núcleos urbanos que a cerca, tanto no aspecto sócio-econômico como cultural. Entretanto, enfrenta fortes impactos, entre eles: desmatamento, ocupação desordenada, destinação irregular dos resíduos sólidos e falta de saneamento básico.
“A presença do mangue, da vegetação de restinga, tudo tem uma função. Qualquer tipo de alteração também vai provocar mudanças naquele ambiente. É preciso que os moradores e os gestores municipais acompanhem e colaborem nas denuncias quanto às ocupações irregulares nas APPs, para garantir a fiscalização”, explicou Alex Nazário, diretor de Unidades de Conservação do IMA.