O projeto que ficou conhecido como “Lei da Palmada” e que proíbe a prática de castigos físicos em crianças e adolescentes vem dividindo opiniões, já que há quem acredite que essa é uma forma de interferir na educação dada pelos pais aos filhos.
A proposta da deputada Teresa Surita (PMDB-RR) foi aprovada em caráter conclusivo na Câmara Federal na quarta-feira (14).
Segundo ela, o objetivo é mostrar que a violência começa com uma palmada. Um trecho do projeto de lei define o conceito de "castigo físico" como "ação de natureza disciplinar ou punitiva, com o uso de força física que resulte em sofrimento ou lesão. No entanto, a palmada ainda é considerada uma forma de impor limites aos filhos.
A psicóloga Rafaela Gonçalves, que atende principalmente o público infantil, afirmou ser a favor da lei, lembrando que a palmada seria um último recurso. Para ela, a palmada significaria que a comunicação de quem manda está prejudicada e mesmo sendo utilizada de forma “leve” pelos pais, seria pesada para os filhos.
“A palmada é uma agressão. Quando dou palmada ensino meu filho que esse é um jeito de resolver. A lei é benéfica para os filhos , e para os pais também. Aí um dia uma palmada de leve não vai resolver. Já atendi crianças que eram espancadas e que hoje não sabem resolver nada, se não for batendo”, contou ela.
Rafaela disse aconselhar os pais de seus clientes a estabelecerem regras, porque esse seria um jeito de dizer quem está no comando.