A mudança no Estatuto do Torcedor, que deveria ter sido votada nesta terça-feira (13), pela Comissão Especial da Lei Geral da Copa, na Câmara Federal e que prevê a liberação de bebidas alcoólicas durante o mundial de 2014 no Brasil traz de volta uma polêmica, que começou após ao casos de violência envolvendo torcedores rivais nos estádios.
O deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), relator do projeto, fez uma alteração no texto anterior, que tornaria permanente a venda do álcool durante os jogos no país.
De acordo com ele, a mudança apresentada nesta terça foi feita a pedido do Governo Federal e do Ministério da Saúde.
O promotor Max Martins, que acompanhou casos de brigas de torcidas em Alagoas, afirmou que o projeto que tramita na Câmara é casuístico e visa atender interesses econômicos. Ele classificou a autorização para consumir bebidas alcoólicas durante a Copa como algo vergonhoso.
Tudo no Brasil é feitos assim
“Tudo no Brasil é feito assim. As coisas foram abafadas para atender aos interesses da Fifa. As bebidas alcoólicas acirram os ânimos dos torcedores e já havia sido determinada a proibição da venda nos estádios. Vão autorizar na Copa e depois proibir?Acho um absurdo esse tipo de legislação por conveniência ”, afirmou o promotor.
Segundo ele, o Estatuto era claro e foi aprovado diante da violência nos estádios, que fez inúmeras vítimas.
“Cansamos de ver as torcidas organizadas se enfrentando. É um retrocesso fazer qualquer tipo de alteração na legislação. O MP acompanhou a discussão em vários Estados. As bebidas só incentivam a violência”, destacou.