Após uma conferência durante toda a manhã no Clube Fênix Alagoana, na Avenida Assis Chateaubriand, em Maceió, conselheiros tutelares de todos os municípios alagoanos saíram em carreata pela orla de Maceió, na tarde desta sexta-feira (18). No dia do conselheiro tutelar, eles expuseram faixas com pedidos de proteção e segurança e em repúdio à agressão sofrida pelo conselheiro Paulo Jorge, da III e IV regiões. No final da carreta, houve confusão com ameaça de novas agressões.

“Fizemos a conferência e aproveitamos para repudiar a não punição aos envolvidos na agressão contra o nosso companheiro. Procuramos todos os órgãos competentes, foi feita a denúncia, e até agora nem o policial e tampouco a mulher que o agrediu sofreram nenhuma penalidade”, afirmou o conselheiro tutelar Expedito Luiz, conhecido como “Lula”, das mesmas regiões que Paulo Jorge.

A carreata passou pela rua onde moram os acusados de envolvimento na agressão ao conselheiro Paulo Jorge - um policial civil identificado como Joaquim e sua esposa como Eliete - e, segundo Expedito Luiz, a mulher teria ameaçado bater em uma conselheira. "Esta não tinha visto que logo atrás vinha uma carreata. Quando vimos já foi o policial sair com duas armas em punho e aí acionamos o Ministério Público e as polícias. Fechamos a rua e estaos aguardando posição das autoridades. A doutora Carla PAdilha está vindo para cá, o Tigre também e a PM já está", afirma Expedito.

A informação colhida pelo Cadaminuto junto aos conselheiros é a de que o policial receberá voz de prisão. 

 Relembre o caso

No dia 22 de outubro, o conselheiro tutelar Paulo Jorge dos Santos foi agredido por Eliete e teria sido ameaçado por seu esposo, o policial civil. O fato aconteceu na Rua Santo Amaro, que fica localizada no Alto do Céu.

Paulo Jorge passava pela rua com o seu veículo quando foi interceptado pelo policial. Sem conseguir descer do veículo, foi agredido com socos e arranhões por Eliete, enquanto Joaquim o intimidava fazendo gesto que segurava uma arma na cintura.

O conselheiro sofreu lesões no rosto e foi à Central de Polícia fazer a denúncia. Tudo começou porque uma mulher teria denunciado ao Conselho que sua filha estava sendo induzida pela filha do casal, de 13 anos, a furtar produtos de um mercadinho nas proximidades da casa onde moram.

Quem teria recebido a queixa, no entanto, não foi Paulo Jorge que, à época, se encontrava em férias.

O evento de hoje reuniu os conselheiros na capital contou com representantes de 96, dos 105 Conselhos Tutelares existentes em Alagoas.

Com a incumbência de zelar por crianças e adolescentes e acompanhar casos que as privem de seus direitos, estes garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os conselheiros tutelares têm sido vítimas de ameaças por pessoas acusadas de violência contra os menores.