Atualizada às 8h
De novo, o caso veio à tona. Com determinação judicial, o delegado Denisson Albuquerque, do 7º Distrito Policial, voltou à Rua Paulo VI, no conjunto Village Campestre, na madrugada desta quarta-feira (09) para averiguar mais uma denúncia anônima de que o corpo de Luana Fernandes dos Santos Paixão,de 22 anos, desaparecida em fevereiro de 2009, está enterrado no imóvel que já foi quebrado uma vez, no ano passado, por denúncia similar.
Dessa vez, o juiz é Maurício Brêda, da 7ª Vara Criminal da Capital, que expediu, também, mesmo sem o aparecimento do corpo, o mandado de prisão de Cilene Souza dos Santos com quem Luana mantinha relacionamento amoroso. Ela estava em casa quando a polícia chegou e recebeu imediatamente voz de prisão. Três horas após o início das escavações, uma peça de roupa foi encontrada e familiares de Luana, que sempre acompanham as buscas, afirmam ser dela. Cilene e a irmã negam.
A família de Luana já apresentou três cartas anônimas. Além da primeira que garantia que o corpo estaria na casa onde as duas – Luana e Cilene – moravam, uma outra foi entregue à polícia tempo depois.
De acordo com o delegado, a segunda carta entregue pela mãe de Luana afirmava que seu corpo havia sido enterrado em Bom Conselho, município pernambucano.
“À época, mandei carta precatória solicitando à polícia de lá para me enviar uma relação com os nomes de todas as mulheres que morreram no período do desaparecimento da Luana e a denúncia não vingou”, ressalta Albuquerque.
Na primeira vez em que os policiais do 7º Distrito estiveram na Rua Paulo VI, o quintal foi totalmente destruído por pedreiros que, durante todo o tempo, foram acompanhados por uma equipe do Instituto Médico Legal (IML). Nada foi achado.
Dessa vez, segundo relatos do delegado Denisson Albuquerque ao Cadaminuto, a carta diz que o corpo teria sido enterrado no banheiro. O delegado solicitou mais uma vez os pedreiros ao IML.
“A mãe da Luana já apresentou várias cartas e sempre fomos atrás das denúncias para ver se procediam. Até agora não obtivemos êxito. Porém, tenho um mandado judicial e vou cumpri-lo. É minha obrigação. Inclusive tenho o de prisão da namorada da desaparecida que, segundo a família, teria matado a Luana”, enfatiza o delegado.
Relembre o caso
O pai de Luana, Francisco Fernandes, disse à polícia que a filha morava com os avós no Jardim Acácia, no bairro da Pitanguinha, em Maceió, até ter iniciado um relacionamento afetivo com Cilene de Souza Santos, de 24 anos. Logo em seguida, as jovens teriam decidido assumir o caso homoafetivo e Luana se mudado para a casa de número 08, da Rua Paulo VI.
A família de início ficou chocada, mas com o passar do tempo aceitado a decisão de Luana. No dia do desaparecimento, 03 de fevereiro de 2009, Luana teria dito a avó que ia a algum lugar, porém voltaria logo. E nunca mais apareceu.
Os parentes, desde o início, suspeitaram de Cilene que sempre se defendeu alegando que o relacionamento era bom e não teria motivos para matar Luana. A polícia encontrou na casa dela roupas e outros pertences da vítima que foram recolhidos e devolvidos aos pais.
Por conta da primeira carta anônima, no dia 25 de maio do ano passado, por determinação do juiz Rodolfo Osório Gatto, a polícia fez a primeira escavação na casa. No final da manhã, a frustração, nada encontrado.
Em seu depoimento, Cilene afirmou que Luana, além de ter envolvimento com ela mantinha relações com homens casados, deixando brecha para a polícia enveredar por outra linha de investigação. Porém, o juiz Maurício Breda, decidiu por sua prisão.