Falar que o trânsito está caótico é ser bonzinho. Falar que a sujeira se acumula nas esquinas, ruas e praças é ser redundante. Dizer que o social está mais para desumano é ser generoso.

Como no Velho Oeste, daqui a pouco veremos placas:

Procura-se, Vivo ou Morto: Cícero Almeida.

Sem querer ser não original, mas já sendo: Cadê o Ciço?

Apertem os cintos. O prefeito sumiu.

Nada tenho pessoalmente contra o senhor prefeito de Maceió, nem faço acusações contra sua honra, muito menos o calunio, difamo, injurio ou denigro. E mais, torci e torço para que sua gestão consiga fazer de nossa cidade um lugar, de fato, melhor para se viver. Como a maioria dos 900 mil maceioenses temos direito a isso, e estamos aptos para ajudar (inclusive pagando um nada singelo IPTU!).

Baseio minha fala no que vejo, nada mais.

Mas a verdade esta aí, lamentavelmente, para quem quiser ou tolerar enxergar: Maceió está abandonada!

Transporte público indigno. Cultura zero. Educação e saúde aos frangalhos. E a limpeza pública é tal qual a do Julião, tal como diria a vovó: aquela que “defeca” e limpa o “bumbum” com a mão.

Uma das menores e mais vergonhosas coberturas do Programa de Saúde da Família (PSF) de todo o país. São João de fachada em junho e Carnaval nulo em fevereiro (sem contar um risível e acintoso, pois que para poucos "seletos", Baile Municipal). Política cosmética de apoio ao jovem, aos carentes, à população de rua. Obras em passo de tartaruga, quando visíveis.

Já escrevi isso aqui, mas repito: cadê as 12 promessas da campanha de 2004?

Vamos a algumas delas:

Cadê o Pólo Integrado de Turismo, com marina de barcos em Jaraguá. Lá a favela ainda resiste, mesmo com "ciclovia" e tudo mais.

Cadê o Eixo Viário do Vale do Reginaldo? Se a ladeira da antiga rodoviária fechar, será um pânico geral de motoristas.

Cadê o Hospital Municipal no Tabuleiro dos Martins?

Cadê a Ciclovia da Via Expressa?

O Aterro Sanitário só saiu com pressão. Mas a dignidade dos catadores de material reciclado continua no grau zero da cidadania, uma vez que a coleta seletiva é deficiente enquanto política pública municipal.

Cadê os viadutos, pontes e avenidas do concreto frio, necessário, porém não única ação governamental da qual necessitamos.

Cadê o “Muda Maceió”?

Parece que nada mudou.

Continuamos com as velhas práticas fisiologistas com (alguns, não todos, ressalte-se!) vereadores. E agora com uma reedição do famigerado “Ronaldízio” de troca-troca de secretários, com uma falta infame de projeto de cidade para nossa geração e, principalmente, para as próximas. Um museu de grandes novidades em nossa política. 

Senhor, Livrai-Nos do Mal! Amém!

Sem contar com as acusações de corrupção, estas a cargo do Ministério Público e da Polícia Federal, todas de conhecimento público.

Não é possível! Após a devastação da gestão passada, o atual "Ciçonami" parece querer tocar fogo, salgar o terreno e enterrar “cabeça de burro” em nossa amada capital.

Aracaju se desenvolve e se embeleza. Recife, há tempos caótica, moderniza-se. E no meio do caminho,  a "pedra" Maceió regride.

A gestão pública municipal parece ter desaparecido.

O grande Luis Fernando Veríssimo, crítico mordaz do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em plena era FHC lançou a teoria irônica de um sequestro presidencial. Era assim: como o então presidente parecia descumprir e desconhecer o que escrevera como sociólogo renomado, Veríssimo dizia que uma trama criminosa se desenrolara no Planalto.

O verdadeiro FHC teria sido seqüestrado e era mantido preso, incomunicável. Um sósia mandava no governo, a serviço de quem queria desmantelar o país. Dona Ruth, que Deus a tenha, não denunciava temendo pela vida do marido.

Sequestrado o intelectual altivo, estabelecera-se criminosamente um dublê farsante na presidência.

Parece que em Maceió ocorre o mesmo.

Estaria nosso prefeito sequestrado, com um impostor tomando conta da prefeitura?

Gente, até quando vamos suportar este descaso com nossa cidade?

Até quando vamos ver a Praça Sinimbu no Centro e a Praça da Maravilha no Poço (só para citar 2 exemplos) tomadas por lixo e entulho? A Sinimbu, ainda por cima, sendo morada perene para desabrigados.

Até quando assistiremos a esta "tragicômica" questão da licitação do transporte público? Até quando o Papai Noel chegar de VLT?

Até quando teremos a cidade infestada de "flanelinhas", parte deles usuários de drogas, parte deles pessoas sem opção de dignidade e emprego, todas empurradas para a rua por falta de iniciativas de vulto na questão social?

Até quando ficaremos reféns da Fernandes Lima, ou dos bandidos que nos aterrorizam (sim, os municípios devem ser aliados dos estados no combate à violência, e não fingir que nada têm a fazer. A responsabilidade deve ser compartilhada!).

Senhor prefeito, conte comigo e com todos os que adoram esta cidade para o trabalho coletivo que nos deve soerguer do atual descaminho que nos encontramos.

Só não conte com nossa conivência.

Muito menos com nosso silêncio pois, de omissão, já estamos fartos.

 

 

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