Não é de hoje que o Hospital Regional de Palmeira dos Índios necessita de ajuda financeira. Praticamente todos os provedores administraram com a corda no pescoço, dependendo, muitas vezes, da boa vontade dos governantes. Mas, é preciso, porém, analisar o problema sob todos os aspectos, ou seja, assim como há problemas políticos, também não se pode negar problemas na gestão do hospital. Fundado por notáveis cidadãos palmeirenses como entidade filantrópica, sem fins lucrativos, o hospital persiste ainda hoje com o arcaico sistema de “mordomia”. Desse modo, a direção da instituição é escolhida sempre entre os “mordomos”, que não passam de uma dezena, sem espaço para novidades.
Aqui, talvez, resida o problema! Assim como em qualquer outra instituição, quando há problemas financeiros, a causa geralmente está no modelo de gestão. É preciso reconhecer, excelentes médicos nem sempre são bons administradores. O que nos parece é que, a insistência na divulgação dos problemas financeiros da instituição as autoridades que passam por lá, acabou causando uma descrença em encontrar solução, pois, segundo ouvi de uma delas “não importa o quanto destinemos ao hospital, ele sempre estará com problemas”.
As notícias que temos são bastante desanimadoras, vão desde a falta de estrutura e de pessoal para situações mais graves, a horas de espera para atendimento básico e descortesia. Segundo nossas fontes, as dívidas se acumulam, inclusive com solicitação de empréstimos impagáveis, a persistir o problema. Como em qualquer lugar do mundo, a falta de concorrência tende a acomodar empresas que dominam um determinado mercado. Talvez esse seja nosso problema! Cogita-se, ainda timidamente, um movimento para concessão de incentivos fiscais, doação de terreno e apoio político para empresas do ramo que queiram se instalar em Palmeira.
O poder público não é obrigado a repassar recursos para o Hospital Santa Rita, ele paga pontualmente aquilo que lhe foi contratado. Com um novo hospital, é natural que o Poder Público opte por aquele que tem maior estrutura e melhor gestão. Assim, ou há uma ruptura com o sistema patriarcal e hereditário adotado hoje no Hospital de Palmeira dos Índios, ou seu futuro é fechar as portas, o que seria péssimo para toda a região.
@bergmorais