Aconteceu mais um capítulo de uma história marcada de fortes emoções sobre o caso que envolvia a professora palmeirense Sandra Maria Cavalcante Silva, 46 anos, mais conhecida como Sandra Macaíba. Era notável a emoção das dezenas de parentes e amigos que estiveram presentes em seu sepultamento na tarde desta quarta-feira (27), no campo santo parque do agreste, em Palmeira dos Índios.
A prima Sheila Duarte segurava firmemente com as mãos trêmulas uma fotografia postada em um belo porta-retrato estampando a alegria de Sandra em uma de suas atividades diárias, já que a urna fúnebre que guardava o corpo da jovem professora estava lacrada em zinco. As primas Rita e Rosinha não conseguiam segurar as lágrimas, algumas contidas na certeza da saudade que irão sentir.
Mesmo abalada com os acontecimentos do caso, Sheila Duarte concordou em falar sobre as dificuldades enfrentadas pela família para trazer o corpo de Sandra ao Brasil. “Foram muitas noites de sono perdidas. Muitos telefonemas pedindo ajuda financeira e apoio emocional, afinal foi tudo muito difícil. Os gastos somam R$22 mil.”, confessou.
O corpo chegou a Palmeira dos Índios nas primeiras horas da quarta-feira e foi velado até as 16 horas. No momento do sepultamento, o advogado Everaldo Damião pediu a palavra para externar os sentimentos por sua ex-aluna. Além disso, teceu críticas sobre casais que se separam e causam traumas aos filhos.
O filho Pancho Cavalcante Romariz, 20 anos, retrucou as declarações do advogado e afirmou que ninguém conhecia Sandra mais que ele. “Eu quem estava do lado dela em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins. Mãe é mãe”. Bastante emocionado, o jovem Pancho foi feliz em defender as escolhas de sua mãe. “Nunca houve falta de bens, nada de falta de carinho, ela sempre esteve presente. Passei por uma série de quedas, mas sou forte”, destacou.
Muitas pessoas comentaram o infeliz pronunciamento do advogado que, segundo grande parte dos presentes, foi inoportuno. “Só cabe a Deus julgar. Sandra era muito bem amada. Enfim, não é sábio entrar em assuntos da família dos outros”, criticou Sheila Duarte.
As amigas Ana Adelaide França e Andréa Gaia parabenizaram a força e o empenho da família que conseguiu trazer Sandra de volta para sua terra natal. “Ficamos felizes em saber que nossa amiga era muito, mas muito bem amada por todos”, relatou Ana Adelaide.
Ainda está por vir mais um capítulo dessa triste história. A polícia de Portugal está reabrindo o caso para descobrir se o ato foi suicídio ou homicídio, já que uma testemunha revelou ter visto o companheiro de Sandra, o português Fernando Jorge Simões Ferrano, nas proximidades da residência no horário aproximado da morte. Outro fator que intriga familiares é a opinião de que o ato foi suicídio, já que a arma que vitimou a professora foi uma espingarda calibre 12, ou seja, uma arma de cano muito longo, o que dificultaria o ato de suicídio.
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