por Josivaldo Ramos

No texto “Grandes corações nunca são felizes. Para sê-lo, falta-lhes a felicidade de todos os outros” de autoria do saudoso jornalista e advogado, Mendonça Neto, onde ele inicia narrando que um dos seus inúmeros leitores lhe interpela se para ele [Mendonça Neto] só existem pessoas erradas? Questiona-o se não há ninguém que mereça um elogio ou que possa ser citada “neste” espaço como expressão de homem de bem? Chega a dizer que parece que ele só ver o lado ruim das pessoas.

Em resposta ao seu leitor, Mendonça Neto, diz: “Há uma injustiça nesta opinião. Sou um cronista político e escrevo sobre uma geração de políticos em Alagoas que é a mais corrompida e má de todos os tempos. O que estes políticos tem causado de prejuízo material e moral ao nosso povo e à nossa história, levará gerações para corrigir-se. É fato do conhecimento geral, fato notório, que, provavelmente, estes homens que não tem nenhum respeito à coisa pública e aos interesses do povo, serão reeleitos, comprando votos e persistindo na sua vida criminosa. A homens como eu restam duas alternativas, lutar ou deixar pra lá, como se eu não tivesse nenhuma responsabilidade com o que acontece no lugar que escolhi para viver.”

Quem acompanha com frequência os textos de minha autoria, sabe que esta não é a primeira vez que faço referência ao saudoso jornalista, Mendonça Neto, sabe também que não tenho costume de tecer elogios, porém quando faço, é porque de fato são verdadeiros e necessários, poucos, em verdade foram os “homens” a quem rendi palavras elogiosas e, portanto posso nominá-los com facilidade, pois para mim são as tais “rosas” que carecem de cuidados a fim de serem protegidas dos “espinhos” da sociedade.

Entretanto os que recebem, e com frequência, minhas críticas, minhas acusações, minha indignação, estes infelizmente são os “espinhos” da “rosas” da sociedade, mas não tenham dúvidas que a cada vez que aponto o dedo para alguém, vejo em minha direção outros três dedos, esta ação, sempre, me pede reflexão sobre minhas próprias ações e omissões diárias, mas sempre ao final da necessária reflexão me vem a certeza que entre as duas opções levantadas por Mendonça Neto: Lutar ou fazer de conta que as canalhices praticadas pelos “espinhos” da sociedade me são indiferentes, fico com a luta e a beleza das “rosas”, pago preço de ser por vez não entendido, mas não me escondo por detrás da comodidade de ser omisso.

Mendonça Neto diz que “os grandes corações nunca são felizes, porque lhes falta a felicidade dos outros. Os outros são os que cercam nossos carros para pedir comida, os que catam nas latas de lixo os restos jogados fora por quem tem mais, os que vivem na periferia em casebres sem a mais mínima presença de dignidade humana ou no interior, em casas de taipa ou palha, como se estivessem à margem dos avanços mais mínimos da civilização”.

Sabedor do que diz Mendonça Neto, não posso senão, lutar, lutar e lutar, até que, enfim venha a derrocada, o tombo, a morte, covarde e “inesperada” como ocorreu e ocorrerá ainda por muitos anos no “país” das Alagoas, ou até que um dia o povo acorde e veja que a luta de um, ou de alguns não é suficiente para transformar um estado, porém trata-se apenas de um grito que tenta desesperadamente fazer-lhes acordar para as mudanças que Alagoas precisa, onde os “espinhos” serão tão poucos em meio ao “mar” de “rosas” que serão sufocados, e agonizando se renderão a beleza do roseiral e de uma sociedade melhor e mais justa para todos. “Chamem a isso de utopia, eu a isso chamo paz”, como diria Padre Zezinho.

Sigo, com a certeza que devo continuar meu trabalho, pois entendo e defendo ser necessário PARA PRESERVAR A BELEZA DAS ROSAS O CONSTANTE COMBATE AOS ESPINHOS.

Meu twitter: @JosivaldoRamos