Foi enterrado às 9h desta sexta-feira (22) o corpo de Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, autor do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, onde 12 estudantes foram mortos e outros 12 ficaram feridos no último dia 7. Oliveira foi sepultado em uma cova rasa no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na zona norte carioca.
A Justiça do Rio autorizou a Santa Casa de Misericórdia a fazer o enterro, já que nesta sexta chegou ao fim o prazo de 15 dias para que algum parente liberasse o corpo dele no IML (Instituto Médico Legal). Como isso não aconteceu, o rapaz foi enterrado como corpo não reclamado, já que foi identificado formalmente pela polícia.
Como praxe do IML, um corpo pode ser mantido por até 15 dias no órgão. O cadáver de Oliveira foi levado para o IML dia 7, após o rapaz ter se matado com um tiro na cabeça.
Passados os 15 dias, um amigo de Wellington, portando alguma documentação do rapaz, poderia fazer o reconhecimento e liberar o corpo, mas como o caso teve grande repercussão, inclusive na imprensa internacional, o IML informou que apenas parentes estavam autorizados. A medida foi adotada pelo órgão foi para evitar que o corpo sofresse algum tipo de violação.
Entenda o caso
Por volta das 8h do dia 7 de abril, Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, entrou no colégio após ser reconhecido por uma professora e dizer que faria uma palestra (a escola completava 40 anos e realizava uma série de eventos comemorativos).
Armado com dois revólveres de calibres 32 e 38, ele invadiu duas salas e fez dezenas de disparos contra estudantes que assistiam às aulas. Ao menos 12 morreram e outros 12 ficaram feridos.
Duas adolescentes, uma delas ferida, conseguiram fugir e correram em busca de socorro. Na rua Piraquara, a 160 m da escola, elas foram amparadas por um bombeiro. O sargento Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, lotado no BPRv (Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário), seguiu rapidamente para a escola e atirou contra a barriga do criminoso, após ter a arma apontada para si. Ao cair na escada, o jovem se matou atirando contra a própria cabeça.
Com ele, havia uma carta em que anunciava que cometeria o suicídio. O ex-aluno fazia referência a questões de natureza religiosa, pedia para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento, queria ser enterrado ao lado da sepultura da mãe e ainda pedia perdão a Deus.
Os corpos dos estudantes e do atirador foram levados para o IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio de Janeiro, para serem reconhecidos pelas famílias. Onze estudantes foram enterrados no dia 8 e uma foi cremada na manhã do dia 9.