Paulo José Leite Teixeira, o “Paulinho do Cartório”, 35 anos, procurou o Blog do jornalista Berg Morais, hospedado no Cadaminuto para conceder uma entrevista exclusiva sobre as acusações que lhe foram atribuídas, a participação em dois assassinatos na cidade de Palmeira dos Índios.

No primeiro, foi acusado de ser o mandante da execução do estudante universitário Diego Florêncio e o segundo aconteceu recentemente sobre a morte do ex-vereador por Palmeira dos Índios Manoel Marques Luz.

Paulinho do Cartório permaneceu em silêncio por muito tempo, mas após as declarações da filha do ex parlamentar palmeirense, Leila Marques, ele resolveu quebrar o silêncio e falar pela primeira vez. A entrevista aconteceu na manhã do último sábado (09), em Palmeira dos Índios.

O que Leila Marques falou

Quatro dias antes da execução, Manoel teve, segundo Leila, uma conversa com sua esposa, Gilda Marques.

“Meu pai disse a minha mãe que qualquer coisa que acontecesse com ele, partiria de Ângela Garote e Paulinho do Cartório. Até mesmo se fosse uma topada e se machucasse, os dois seriam suspeitos.”, revelou chorando Leila Marques.

Leila ainda desafiou a polícia dizendo que a população sabe quem foi o mandante do crime. “O interessante é que todos na cidade sabem de onde partiu o crime, mas ninguém foi preso”, contou Leila.

“Por que depois de quatro meses ela mudou o depoimento?”

Paulinho do Cartório rebate a acusação e questiona a mudança do depoimento de Leila. “Eu queria que a filha dele falasse os problemas que o pai dela tinha na cidade. Respeito toda a família, eu sei que é muito difícil, mas justamente quatro meses depois que o pai dela faleceu ele veio envolver meu nome. Ele nunca fez nada de errado contra mim”.

“Eu queria que ela pegasse uma certidão negativa do pai dela e uma minha no fórum e dissesse se eu já respondi por roubo, por estelionato, se andei enrolando alguém, se já passei cheque sem fundo, porque eu sei que não tem nada contra mim . Eu queria que ela pegasse isso e viesse aqui no CadaMinuto esclarecer”, desafia Paulinho do Cartório.

Perseguição

Segundo Paulinho há uma perseguição muito forte por parte da família Marques contra a sua pessoa.

“Venho sendo fortemente perseguido pela família dela sem dever nada. Sou inocente até que provem o contrário. Não aceito mais que falem calúnias sobre mim. Já ouvi demais e não aguento mais, porque sou inocente”, afirmou.

O desafio

Bastante emocionado, Paulinho do Cartório lança um desafio à família Marques.

“Quero que faça uma pesquisa na cidade. Quero que ela fale qual o emprego do pai dela. O pai dela tinha problema com todo mundo menos comigo”.

Ainda segundo ele, a população é a melhor voz para falar sobre Manoel Marques.

“ Ele chegava no meu cartório e eu cansei de fazer procurações de graça, cansei de resolver problemas dele de graça. Nunca tive problemas com Manoel Marques. Ele era um personagem muito folclórico, veja na cidade a conduta dele e a minha. Quero que ela diga quantas pessoas o pai dela já lesou em Palmeira e quantos processos o pai dela teve referente a roubo e vários tipos de ‘maracutaias”, constata.

“Falsas acusações”

Embora tenha se emocionado em vários momentos, Paulinho chegou a falar sua vida pessoal e atestou inocência.

“Desafio a qualquer pessoa do mundo a provar que eu fiz algo de errado, se já passei cheque sem fundo ou algo do tipo. Sou inocente até que provem o contrário. Acredito na justiça”, desabafou.

Segundo ele as acusações feitas por Leila Marques abalaram as estruturas emocionais de toda a sua família.

“Depois disso perdi o meu sossego. Sou uma pessoa pacata. Nunca matei nem mandei matar ninguém. Todos conhecem minha história e a dos meus pais. De repente eu virei um bandido, uma pessoa perigosa.”

“Eu ando sozinho, nunca andei com segurança, nunca andei armado, não ando nem com uma faca no carro. Quem não me conhece acha que eu sou a pior pessoa do mundo.”

“Estou triste em está dando essa entrevista. Eu não queria polemizar essa história, mas estou muito constrangido em estar sendo acusado por algo q não fiz. Quatro meses depois jogam que sou suspeito de ter assassinato o pai dela, porque ela está fazendo isso comigo?”.

Paulinho do Cartório se colocou a disposição de Leila Marques e toda a família para qualquer esclarecimento.

“Todos os dias tomo 30 gotas de rivotril/clonazepan, entrei em depressão, faço terapia pra aguentar tudo isso. Ser acusado de alguma coisa que não fiz. É muito triste”.
 

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