Todo dia a Viva Ambiental recebe R$ 100 mil reais dos cofres da prefeitura de Maceió para fazer os serviços de coleta de lixo e limpeza urbana na capital alagoana, a cada 15 dias a empresa, que antes de assumir este serviço em Maceió só o prestava em duas cidades pequenas da Bahia e do Ceará, recebe R$ 1,5 milhões.
A evolução dos valores pagos pela prefeitura de Maceió e que são alvos da denúncia feita na última terça-feira pelo Ministério Público é simplesmente espantosa, afinal em janeiro de 2005, o município de Maceió pagava R$ 464 mil para empresa Marquise efetuar a limpeza e agora este valor foi multiplicado por seis, exatamente por seis.
A Viva Ambiental teve seu impressionante crescimento iniciado quando em teria tido o seu contrato social alterado em 31 de janeiro de 2005, na JUCESP – Junta Comercial do Estado de São Paulo, com vistas à inclusão dos serviços de limpeza urbana que a habilitaria a participar da licitação da cidade de Madre de Deus na Bahia, esta mudança na alteração contratual se deu 15 dias antes da assinatura do contrato com a prefeitura e um mês depois de ganhar a licitação, que em tese não poderia concorrer.
Todas estas informações fazem parte de uma denúncia feita pelo MP da Bahia que o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) julgou procedente contra a prefeita de Madre de Deus, Eranita de Brito Oliveira (PMDB), pelo cometimento de irregularidades na contratação de empresa para execução de serviços de limpeza urbana e similares.
Após a experiência na cidade de Madre de Deus , Lucas e Latif Mikael Jabur Abud, resolveram alçar vôos maiores, trabalharam 18 meses sem licitação para a prefeitura de Maceió, ganharam uma licitação em 2008 (alvo da denúncia do MP-AL) e depois conseguiram o contrato de outra grande cidade, Feira de Santana na Bahia, muito bom para quem mudou seu contrato social em 2005.
Os valores empregados em Maceió, R$ 3 milhões por mês, que só vieram a público após a denúncia do MP impressionam, pois em outras cidades do Nordeste se verifica cifras bem menores.
Em Natal, por exemplo, cidade maior que Maceió, os valores chegam a 2,4 milhões por mês, e houve uma operação da PF depois de denúncias de superfaturamento, em São Luiz do Maranhão, o contrato é de 27 milhões por ano, ou pouco mais de R$ 2 milhões por mês.
O próprio promotor Marcos Rômulo disse ao Cadaminuto que não fez uma pesquisa junto a outras capitais sobre estes valores, a respeito da Viva Ambiental ele se manifestou no processo de denúncia, expondo que a empresa tinha pouca experiência para ter ganho a dispensa de licitação.