Os bombardeios aliados contra as forças do ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, continuaram neste domingo (20). Segundo o comando militar americano, a coalizão formada por Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Dinamarca e Itália conseguiu estabelecer a zona de exclusão aérea aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) com o objetivo de interromper o massacre dos rebeldes líbios.

Diante da ameaça dos caças aliados e dos mísseis de cruzeiro Tomahawk lançados por navios e submarinos no mar Mediterrâneo, a reação de Gaddafi foi ir à TV e ameaçar a coalizão com uma "longa guerra".

O governo da Líbia também iniciou a distribuição de armas a mais de 1 milhão de pessoas e deve completar a operação ainda neste domingo, informou a agência de notícias estatal Jana.

De acordo com essa agência, que citou fontes no Ministério da Defesa líbio, o armamento será distribuído a "mais de 1 milhão de homens e mulheres".

Mísseis atingiram 20 alvos

Os ataques de mísseis lançados pelos Estados Unidos e Reino Unido como parte de tentativas de enfraquecer as defesas aéreas de Gaddafi atingiram 20 dos 22 alvos previstos, disse um comandante militar americano neste domingo.

Os mísseis lançados neste sábado (19) causaram "diversos níveis de danos" em 20 dos 22 locais, centrados em torno de defesas aéreas da Líbia, disse o tenente-comandante James Stockman, do comando da África dos Estados Unidos. Possíveis danos em dois outros locais estão sendo avaliados, disse ele.

O porta-voz também confirmou que três bombardeiros dos Estados Unidos participaram dos ataques aéreos na Líbia neste domingo.

Já o chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, almirante Mike Mullen, disse que a operação militar Odyssey Dawn (Aurora da Odisseia, em tradução aproximada) conseguiu impor "de fato" uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia. Isso significa que aviões das forças do ditador Gaddafi estão proibidos de decolar e podem ser abatidos pelos caças ocidentais

Gaddafi mantém pressão sobre rebeldes

Vários carros de combate das forças leais a Gaddafi ocuparam neste domingo o centro de Misrata, cidade sob controle dos rebeldes líbios, situada 150 km a leste de Trípoli, informou a rede de TV Al Jazeera.

Abdel Basset Abou Marzouk, nomeado porta-voz dos jovens da revolução de 17 de fevereiro, disse à emissora que as forças pró-Gaddafi lançaram projéteis de grande calibre para cobrir a incursão dos blindados. Os carros entraram no centro da cidade partindo da avenida Trípoli, que foi fortemente bombardeada pelas tropas do regime.

- As tropas de Gaddafi utilizam a estratégia da terra queimada, destruindo tudo o que encontram em sua passagem.

Segundo o rebelde, além dos blindados, franco-atiradores se posicionaram sobre os telhados de vários edifícios e disparam em tudo que se movimenta.

Há dias a cidade de Misrata é palco de intensos combates entre as tropas leais a Gaddafi, que buscam tomar a vila, e as forças rebeldes que continuam controlando a localidade.

Esse enclave foi um dos alvos da aviação das forças ocidentais que bombardearam as tropas pró-Gaddafi.