A taxa de câmbio doméstica devolveu boa parte da alta acumulada nos últimos três dias, em uma sessão de negócios com menor aversão ao risco nos mercados mundiais.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,670, em baixa de 0,94%, nas últimas operações. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,677 e R$ 1,669. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,780 para venda e por R$ 1,620 para compra.
O Banco Central, mais uma vez, limitou sua intervenção diária no mercado cambial a somente uma leilão para compra de moeda --às 15h36 (hora de Brasília)-- quando aceitou ofertas por R$ 1,6715 (taxa de corte).
Os mercados financeiros tiveram um novo dia de "trégua" em relação aos dois assuntos mais urgentes para a conjuntura mundial: a crise nuclear japonesa e a situação na Líbia. No primeiro caso, as agências internacionais ainda afirmam que a situação no complexo Fukushima continua grave, mas estável; no segundo, o cessar-fogo do governo líbio permitiu um alívio nas cotações do petróleo.
Também foi recebida entre os agentes financeiros a "ação coordenada" do banco central japonês e seus pares europeus para conter a valorização do iene, que afeta negativamente a balança comercial da nação asiática.
Mas profissionais das mesas de operações avaliam que ainda permanece o temor de que o governo anuncie a qualquer momento um novo pacote para conter a desvalorização cambial.
Reportagem da Folha já apontou que a equipe econômica teria atrasado o lançamento das medidas (previstas para logo depois do Carnaval) por conta da tragédia japonesa, e seus efeitos ainda incertos sobre a economia mundial.
Como o próprio ministro Guido Mantega admitiu nesta semana, "temos que deixar a situação se delinear com mais clareza, saber qual é a extensão do problema, se tem um problema nuclear, para depois avaliar as consequências econômicas".
JUROS FUTUROS
As taxas projetadas no mercado futuro subiram modestamente na jornada de hoje.
Entre os poucos destaques da agenda econômica nesta sexta, a FGV apontou uma inflação de 0,59% em março na segunda estimativa prévia do IGP-M (utilizado para o cálculo dos reajustes de aluguéis). Na primeira prévia, a variação foi de 0,88%.
Economista da corretora WinTrade, José Goés, a tendência é que o índice caia nos próximos meses. "Esta é a menor segunda prévia do IGP-M desde agosto de 2010, quando o índice do período ficou em 0,55%, o que pode sinalizar que a inflação está entrando em um processo de acomodação", afirmou, em comentário sobre o IGP distribuído hoje.
A taxa projetada no contrato para julho passou de 11,99% ao ano para 12%; para janeiro de 2012, a taxa prevista avançou de de 12,32% para 12,33%. E no contrato para janeiro de 2013, a taxa projetada cedeu de 12,80% para 12,79%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.