Alagoas avança na produção de peixe e camarão e tem potencial para se tornar referência nacional em aquicultura de águas interiores. Segundo o gerente do Sebrae, Carlos Henrique Amorim, o estado tem capacidade para ampliar essa atividade econômica em até 600%. A estimativa foi apresentada durante reunião do Programa de Cooperação Técnica (PCT), realizada em Arapiraca, com a presença de representantes de alguns dos municípios beneficiados. A iniciativa é uma ação conjunta do Sebrae com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e tem como objetivo de fortalecer a aquicultura familiar, aumentando a produtividade e rentabilidade, além de aprimorar a produção aquícola por meio da tecnologia e incentivar a cultura cooperativista, contribuindo para a geração de renda, segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável da região.
O encontro inicia a segunda etapa do programa, que diagnosticou cem propriedades que cultivam peixe e camarão em Arapiraca, Coité do Noia, Igaci, Limoeiro de Anadia, Viçosa, Teotônio Vilela e Poço das Trincheiras. Desses, cerca de 90 produtores estão em atividade e, a partir de agora, passam a receber acompanhamento técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), com apoio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri).
“Em novembro, quando for concluída a fase de assistência técnica prestada pela Emater, será feito um novo diagnóstico, para que a gente consiga comparar a evolução dos produtores nesse período”, declarou a analista do Sebrae, Ingrid Santos. Segundo ela, a Emater também se responsabilizou por realizar a regularização do Cadastro da Agricultura Familiar (CAF) dos produtores que ainda não possuem o documento ativo, garantindo, assim, o acesso às políticas públicas específicas para o setor e possibilitando que esses aquicultores também sejam atendidos pelo Sebrae.
Metade dos atendidos no PCT apresenta maturidade produtiva
Durante a reunião, Ingrid Santos apresentou dados consolidados dos diagnósticos aplicados aos produtores inseridos no PCT. Segundo ela, metade dos atendidos está no nível ouro de maturidade técnica, mesmo com 75% deles nunca tendo participado de capacitações específicas para a atividade. “Isso mostra que muitos conseguiram desenvolver bem a produção com base no conhecimento empírico, mas também ressalta o imenso potencial de crescimento quando eles têm acesso à qualificação técnica”, explicou.
De acordo com o diagnóstico, 58% dos produtores têm entre cinco e dez anos de atuação, enquanto 14% iniciaram há menos de um ano. Do total de propriedades atendidas, 52% se dedicam à criação de camarão e 48% à piscicultura, com predominância da tilápia.
Apesar disso, o camarão foi responsável por 90% do faturamento dos produtores ativos no último ciclo produtivo, que superou R$3,4 milhões. Os dados demonstram que a cadeia produtiva vem crescendo de forma consistente e, com apoio técnico adequado, pode transformar a realidade econômica de muitas famílias no agreste, sertão e litoral alagoano.
“O programa é de curto prazo, com término previsto para o fim do ano. Mas, se for bem aproveitado, pode deixar um legado duradouro para esses produtores”, reforçou Ingrid Santos.