A declaração do prefeito Cícero Almeida de que a investigação do Ministério Público sobre o esquema do lixo em Maceió demorou cinco anos para ser concluída acabou irritando o promotor Marcos Rômulo, responsável pela ação. O prefeito lamentou ainda, em seu programa de rádio não ter sido avisado sobre o caso, para que ele punisse os envolvidos.
O promotor ressaltou não ter nenhuma obrigação de avisar o prefeito sobre a condução da investigação, lembrando que ela não ocorreu de forma sigilosa, já que a portaria foi divulgada no Diário Oficial. Ele afirmou que concluiu a ação no tempo previsto, fundamentando a denúncia que foi oferecida contra o gestor, na qual o prefeito é acusado de participação em fraude de licitação pública.
“Se foi encontrado um problema na administração dele eu não teria porque avisar, já que estava investigando. O prefeito é que deve saber quem nomeou. A ação teve ampla divulgação e não tenho porque prestar esclarecimentos. O prazo para concluir um inquérito civil é de cinco anos e não tinha como eu terminar antes disso, já que preferi aprofundar os fatos”, destacou.
Marcos Rômulo contou que além dessa ação teve que atuar em mais 40 inquéritos. “É um promotor só para isso tudo e não um exclusivo para o esquema do lixo. As pessoas têm que entender que existem dificuldades estruturais, além de outros contratempos no serviço público”, ressaltou.
Ele afirmou que fez sua parte e espera uma resposta do judiciário acerca da ação. “Fiz meu trabalho e agora a justiça vai avaliar se as acusações procedem. A CEI do lixo na Câmara foi mais uma questão política. Volto a ressaltar que não cabe ao prefeito ditar o que o MP deve fazer”, reiterou o promotor.