União de esforços. Com o objetivo de frear o avanço da Dengue em Alagoas, principalmente em Belém, que já enfrenta situação de epidemia, o governador Teotônio Vilela Filho, acompanhado do secretário de Estado da Saúde, Alexandre Toledo, vice-prefeito, Rodrigo Feitosa e secretária de Saúde, Acidalha Villar participou na manhã de hoje (15) de uma grande “Força Tarefa” de combate ao mosquito transmissor da doença.
O evento reuniu ainda outros prefeitos da região Agreste, além de deputados estaduais e secretários municipais de saúde. A partir de hoje uma série de ações foram iniciadas, como a instalação de um laboratório no Centro Municipal de Saúde, caminhada pelas ruas da cidade e visitas de campo em residências para detectar focos do mosquito Aedes aegypti e ampliar as orientações junto à população.
Realidade verificada na residência da aposentada Nerci Barretos, onde os gestores detectaram larvas do Aedes aegypti em reservatórios de água. Diante do perigo, Teotônio Vilela Filho e Alexandre Toledo recomendaram que a moradora fizesse a limpeza dos reservatórios, evitasse deixar lixo no quintal e tampasse os reservatórios utilizados para acondicionar água potável, já que o mosquito se prolifera em locais com água limpa e parada. Posteriormente, eles também visitaram residências no povoado Barro Vermelho, onde ensinaram moradores a combater a doença.
“A minha presença em Belém serviu para fazer um alerta a população sobre o perigo que a Dengue representa e implantar uma unidade do Laboratório Central de Alagoas (Lacen), utilizada para fazer o teste rápido de detecção da doença. Temos consciência do perigo que a doença representa, já que duas pessoas já morreram em Alagoas somente este ano, por isso, temos que seguir regras de prevenção básicas, como não manter em casa nenhum recipiente que acondicione água limpa, fazer a limpeza dos quintais e tampar os reservatórios”, recomendou o governador, ao parabenizar o trabalho realizado pela secretária de Saúde de Belém, Acidalha Villar, que “por meio de um levantamento criterioso, conseguiu notificar todos os casos da doença, assim como deve ser feito pelos demais gestores”, cobrou Vilela.
Ao ser informado, pelo prefeito em exercício, que a epidemia de Dengue em Belém pode estar ligada à deficiência no abastecimento de água potável, o governador assegurou que ele próprio irá acionar a direção da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), para sanar o problema. “Tenho consciência que o problema da Dengue em Belém não se deve, apenas, a deficiência no abastecimento de água potável, mas irei marcar uma reunião com diretor-presidente da Casal, Álvaro Menezes, para atuarmos na solução desta problemática”, assegurou, ao receber o agradecimento do chefe do Executivo municipal em exercício, Rodrigo Feitosa.
Ações realizadas – O secretário de Estado da Saúde destacou o trabalho realizado pela equipe técnica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que vem trabalhando junto aos prefeitos, com o intuito de mobilizar a população e evitar que o Estado vivencie uma epidemia ao longo deste ano. “Além das atividades de campo, como esta que realizamos em Belém, também temos capacitado os técnicos municipais, realizado campanhas de conscientização e estruturação das unidades de saúde e dos laboratórios que fazem à detecção precoce dos casos de Dengue”, enumerou Alexandre Toledo.
Ele chamou atenção ainda para o fato de Alagoas já ter registrado 1.343 casos de Dengue somente este ano e, por conta desse índice, figurar no ranking nacional dos Estados que apresentam risco muito alto de serem afetados por uma epidemia ao longo de 2010. “Por isso, quero chamar a atenção dos gestores e moradores de Jaramataia, Messias, Penedo, Colônia de Leopoldina, Igaci, Igreja Nova, Jacaré dos Homens, Maceió, Taquarana, Teotônio Vilela, Inhapi, Rio Largo, Santana do Ipanema, São José da Tapera, Delmiro Gouveia, Satuba, Coité do Nóia, Estrela, Arapiraca, Craíbas, Girau do Ponciano, Maribondo e Palmeira dos Índios, pois estes municípios apresentam risco muito alto de vivenciarem uma epidemia”, salientou o secretário.
No decorrer dos últimos dois meses e meio deste ano, Belém já registrou 26 casos de Dengue e, com uma taxa de incidência de 571, quando o tolerável seria de no máximo 300, passou a figurar como o primeiro município alagoano a registrar uma epidemia. Situação que fez Vilela e Toledo decidirem mobilizar a população, uma vez que, mesmo diante de campanhas educativas que ensinam como combater a doença, elas têm sido negligenciadas, acarretando a proliferação dos focos do mosquito.