Para reflexão, reproduzo na íntegra o artigo do amigo Adriano Soares. É muito interessante, confiram:

Adriano Soares*


Num escritório jurídico complexo, como em empresas e corporações, há sempre conflitos de relações interpessoais. Departamentos que não se bicam, uns empurrando para os outros responsabilidades; profissionais, no mesmo departamento, que não se toleram e se abespinham com facilidade. Quanto maior a responsabilidade e os desafios, maiores são as chances de desencontros em uma equipe.

E os conflitos internos muitas vezes fazem esquecer que os inimigos estão do lado de fora, espreitando, esperando que os conflitos internos fragilizem a força que vem da unidade do grupo. A desunião é sempre, em uma corporação, o primeiro passo para o fracasso coletivo.

Liderar é servir. É despertar o entusiasmo comum para a realização de projetos que desafiam o melhor da competência de cada um. E a consecução de objetivos comuns ocorre com o estabelecimento do diálogo sincero, do respeito mútuo, da união da equipe apesar de eventuais diferenças. Os objetivos e sonhos se tornam maiores do que aspectos pessoais laterais.

Há um vídeo que usava quando queria motivar as equipes que liderava. Mostra que os resultados de qualquer empreendimento apenas são alcançados através do trabalho em equipe. Quando cada um aponta para um lado diferente em uma corporação, a catástrofe será sempre inevitável. Liderar significa gerar solidariedade na busca entusiasmada de resultados comuns.

No trabalho coletivo, o papel do líder é servir, gerando o comprometimento das pessoas à realização de projetos, despendendo o melhor das suas forças em favor do time. É gerar, portanto, uma sinergia cuja liga é a solidariedade. A sinergia é essa força ativa-retroativa que coordena várias partes de um todo na realização de uma tarefa complexa.

Certa vez, na defesa de um cliente, os advogados divergiam tanto sobre a melhor estratégia de defesa, que os caminhos ofertados levavam a soluções diametralmente opostas. E, como um não conseguia convencer o outro da melhor estratégia, ambos poderiam levar a causa para um resultado desastroso. A liderança é essencial para, servindo às diferenças, encontrar a unidade complexa.

Liderar, insista-se, é servir. Servir com o exemplo, com a inspiração para a tomada de atitudes, com o despertar sonhos e motivações coletivas.

Segue, então, o vídeo. Os que tiverem um tempinho para ver algo sumamente proveitoso, poderão tirar lições de vida interessantes. Foi muito útil para mim em alguns momentos da advocacia ou da atividade pública. É legal. Tomara que gostem.

Como se observa, em uma equipe todos têm um importante papel, que pode ser fator de equilíbrio ou de desestruturação. Assim como no corpo humano cada membro tem a sua importância, nada obstante com funções diferentes, em uma corporação ou equipe cada qual tem o seu relevo, fundamental para o sucesso dos interesses comuns.

Os liderados, por outro lado, têm um fundamental papel: trabalhar coletivamente para alcançar os objetivos comuns, tendo no líder não apenas uma referência, mas alguém por quem vale a pena lutar e abdicar de certas predisposições pessoais.

Quando há um incêndio, não adianta ficar se perguntando quem vai apagar o fogo, mas, sim, buscar responder a duas perguntas: como posso ajudar a apagar as chamas e, depois de apagadas, qual o grau de responsabilidade por tê-las causado? A humildade e a boa fé, em uma corporação ou equipe, é uma das maiores virtudes para estabelecer aquela sinergia que liga pessoas entusiasticamente na busca de objetivos e sonhos comuns.

 

*É sócio de Motta & Soares Advocacia e Consultoria, ex-procurador geral do município de Maceió, ex-juiz de Direito, ex-secretário de estado de Ronaldo Lessa e de Teotônio Vilela Filho, além de palestrante, parecerista e autor de Temas de direito público, Direito processual eleitoral, Teoria da incidência da norma jurídica: crítica ao realismo linguístico de Paulo de Barros Carvalho e Instituições de direito eleitoral, a obra de maior dimensão teórica e influência em todo o Brasil.