Trabalhadores rurais interligados à Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) se reúnem na tarde de hoje às 15h, com o Presidente do Tribunal de Justiça, o Desembargador Sebastião Costa.
O objetivo do encontro é claro e tem como objetivo pedir a retirada do Juiz Ayrton Tenório, responsável pela Vara Agrária que segundo os manifestantes teria determinado a reintegração de posse de várias áreas e despejado famílias camponesas que vivem há mais de cinco anos em comunidade.
“O juiz não tem exigido as vistorias do Incra para visualizar in loco a produção agropecuária, ampliar as fiscalizações, e verificar se as terras encontram-se com irregularidades na Justiça” explicou as lideranças do Movimento.
Os integrantes dos movimentos estão mobilizados desde as primeiras horas desta quinta-feira (10.02) reivindicando os direitos por dignidade no campo. Durante sete horas os sem terra ocuparam o Porto de Maceió, provocando um engarrafamento com mais de 50 caminhões que transportavam açúcar, trigo e combustível.
“Esse ato vai entrar para a história porque pela primeira vez temos conosco os companheiros canavieiros que são explorados, vivem amontoados nos galpões, são enganados na medição da cana e sofre com problemas terríveis de higiene. Muitas vezes, os canavieiros não têm para onde gritar, e quando fazem são perseguidos. Quero parabenizá-los e sejam bem bem-vindos, essa é a primeira ação de muitas em conjunto”, destacou Carlos Lima, coordenador estadual da CPT.
“A Vara Agrária não tem que ser um escritório de reintegração de posse e estar a serviço da burguesia. O Governo de Alagoas tem que rever seu posicionamento de levar um ostensivo número de policiais, o BOPE e a cavalaria nas áreas, tratando os camponeses como bandidos, enquanto isso, a sociedade alagoana tem medo de sair de casa devido a grande criminalidade nas ruas”, afirmou Josival Oliveira, coordenador estadual do MLST.