Momento de agradecer. Foi com esta intenção que centenas de pessoas se reuniram na noite desta sexta-feira (24) na sede da usina Laginha, em União dos Palmares, para celebrar a reconstrução da unidade que é a maior geradora de empregos da Zona da Mata alagoana. A Laginha teve seu parque industrial destruído com as enchentes do mês de junho, mas em menos de seis meses foi reconstruída e deu início a safra 2010/2011 no último dia 10.


“Estamos em plena noite de Natal, que é uma data festiva para todos. Mas, neste momento, mais importante do que comemorar é agradecer. Por isso estou aqui: para agradecer a todos que colaboraram com a reconstrução da Laginha e agradecer principalmente a Deus”, declarou o deputado federal João Lyra. Presidente do Grupo João Lyra, que possui outras quatro unidades sucroenergéticas, o empresário lembrou que depois da tragédia chegou a ser aconselhado a fechar a Laginha e centrar as atividades da safra nas demais usinas, porém, JL frisou que jamais pensou em desistir, pelo contrário, seu desejo imediato foi o de começar a reconstrução. “Mais me valeu o pedido das pessoas da região, pois por onde passava eu ouvia o apelo delas para que a Laginha não deixasse de moer”, continuou, completando que a usina, com mais de 50 anos de atividade, foi a primeira do Grupo e que sua relação com ela é mais do que econômica, é emocional.

Além de João Lyra, estiveram presentes na missa o prefeito de União, Areski de Freitas, a vice-prefeita de Maceió, Lourdinha Lyra, diretores e colaboradores do Grupo JL, empresários da região e a população em geral. A missa de ação de graças na Laginha é uma celebração tradicional e ocorre todos os anos na noite de Natal.


A enchente

A inundação dos rios Canhoto e Mudaú, na zona da mata alagoana, entre os dias 18 e 19 de junho, ficou na história como uma das maiores já registradas na história do Estado. A destruição, que também atingiu municípios do estado vizinho de Pernambuco, deixou em Alagoas 26 mortes e 73 mil desabrigados.

Quinze municípios sofreram com a força das águas, com a maior destruição atingindo as cidades de Santana do Mundaú e Branquinha. Nessas duas cidades, a maior parte dos prédios públicos foi destruída, além de boa parte de áreas residenciais. Segundo a Defesa Civil, cerca de 200 km de rodovias foram danificados.

A tragédia de proporções inédita foi vista de perto pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que determinou o envio de mais de R$ 200 milhões em ajuda financeira para a reconstrução das cidades.
Até hoje centenas de famílias residem em barracas da Defesa Civil, aguardando a construção de conjuntos habitacionais com recursos federais.