MP abre inquérito para apurar morte de menina em São Paulo

10/12/2010 20:56 - Brasil/Mundo
Por Redação

A Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos e Saúde Pública de São Paulo instaurou nesta quinta-feira um inquérito civil para apurar os procedimentos adotados no Hospital São Luiz Gonzaga, na capital, que levaram à morte de Stéphanie dos Santos Teixeira, de 12 anos. A enfermeira injetou por acidente vaselina líquida na menina ao invés de soro fisiológico.

A promotora de Justiça Ana Lúcia Menezes Vieira cuidará do inquérito. Nele serão apurados os procedimentos adotados pelos profissionais de enfermagem do hospital e o envasamento, etiquetagem e acondicionamento dos medicamentos.

Nesta quarta-feira, a auxiliar de enfermagem que aplicou vaselina líquida foi indiciada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Ela prestou depoimento por quase 2 horas no 73º DP da capital paulista, na zona norte.

O caso

Por volta das 15h de sexta-feira (3), a menina foi levada ao hospital por apresentar um quadro de diarreia e vômitos que, segundo a mãe, apareceram naquele mesmo dia. Depois de duas bolsas de soro, já estava mais animada. “Ela falou deixa eu brincar com seu celular e eu respondi para não jogar muito para não acabar a bateria”, afirma Roseane Mércia dos Santos Teixeira, de 38 anos, acrescentando que a filha já estava para receber alta. “A médica disse que daria bolacha e chá para ela se alimentar e, se ela não vomitasse, iria para a casa”, diz.

Diante do repentino e instantâneo agravamento do quadro da menina ao ser colocada a 3ª bolsa, a equipe de enfermagem foi chamada e, segundo a mãe, imediatamente a agulha retirada. “Era tanta gente em volta dela, médicos...”, conta.

Segundo Roseane, em momento algum a equipe informou sobre o que havia acontecido. Pelo contrário, Roseane diz que foi avisada de que sua filha precisaria ser transferida para a Santa Casa de Misericórdia para “realizar uma ressonância e que estava sedada”.

“Ainda peguei nela, disse que iria sair dessa e tentei fechar os olhos que estavam abertos. Antes de saírem com ela na ambulância, perguntei para a médica: ‘Foi efeito da medicação?’, e ela: ‘Vamos ver, acho que foi’”, relata, tentando conter o choro.

Roseane e a tia-avó de Stéphanie, Rielza Glória da Silva, que foi quem esteve com ela na ambulância, reclamam da falta de informações sobre o estado de saúde dela. “Não falavam nada, não me deixavam entrar. Soube quando ouvi minha filha gritando: ‘A Stéphanie não’. Subi correndo”. Stéphanie deixou duas irmãs, Ingrid, de 14 anos, e Beatriz, de 6 anos.
 

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