Auxiliar de enfermagem acusada culpa pressão no trabalho pela troca por vaselina

10/12/2010 18:30 - Brasil/Mundo
Por Redação

A auxiliar de enfermagem Kátia Aragaki, disse, em depoimento à polícia, ter sido pressionada pela chefe do setor de hidratação infantil do Hospital São Luiz Gonzaga, na zona norte de São Paulo. A chefe teria dito para Kátia "agilizar" o serviço, pois a ala de pediatria estava muito cheia. Na quarta-feira (8), a auxiliar de enfermagem admitiu ter aplicado vaselina líquida em vez de soro na veia de Stephanie dos Santos Teixeira, de 12 anos, que morreu no sábado (4).

Para Kátia, a pressão no trabalho teria contribuído para que perdesse a atenção e trocasse os potes de vidro, que, segundo seu depoimento, estavam guardados juntos. Esse fato também será investigado pela Polícia Civil. O delegado José Carvalho Pinto, do 73.º Distrito Policial, no Jaçanã, intimará o diretor técnico do hospital na próxima semana.

Kátia foi indiciada por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Por enquanto, ela e outros seis plantonistas estão impedidos de trabalhar e só devem voltar após o fim da sindicância aberta pela Santa Casa de São Paulo, responsável pela administração do Hospital São Luiz Gonzaga.

 

A instituição não quis comentar o fato de os dois medicamentos estarem no mesmo lugar, mas informou que trocará a identificação dos rótulos dos potes. Serão usadas etiquetas coloridas para facilitar a visualização.

Choro

Durante o depoimento à polícia, na última quarta-feira, a auxiliar de enfermagem chegou a chorar. Segundo um dos advogados, a auxiliar de enfermagem estava muito abalada com a morte da menina.

A auxiliar de enfermagem é a mesma mulher indicada, por meio de foto, pela mãe da menina. No fim de semana, a garota de 12 anos chegou ao Hospital São Luiz Gonzaga com sintomas de virose e morreu depois de receber vaselina líquida, em vez de soro, na veia. Ela chegou a ser transferida para a Santa Casa, no centro, mas não resistiu.

Depois da troca dos medicamentos, o superintendente da Santa Casa, que administra o Hospital São Luiz Gonzaga, disse que a entidade pretende usar rótulos ou até vidros diferentes para guardar vaselina e soro. A medida deve ser tomada para que o erro não volte a acontecer.

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