Advogados de Assange se preparam para possíveis acusações de espionagem

10/12/2010 15:00 - Brasil/Mundo
Por Redação

Jennifer Robinson, advogada do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse nesta sexta-feira em declarações à rede de televisão "ABC" que espera a qualquer momento a apresentação de acusações contra seu cliente por espionagem nos Estados Unidos.

"Nossa postura é que não achamos que (espionagem) seja aplicável a Assange e que em todo caso ele tem direito à proteção da Primeira Emenda (da Constituição dos EUA) como editor do WikiLeaks", afirmou a advogada.

A Primeira Emenda da Constituição americana defende a liberdade de imprensa, expressão e religião, assim como o direito de reunião.

Segundo Jennifer, aplicar a Lei de Espionagem a Assange seria "inconstitucional" e colocaria em risco todas as organizações de mídia dos Estados Unidos.

Assange está em prisão preventiva em Londres à espera de ser extraditado a Suécia por supostos crimes de agressão sexual.

O jornal britânico "The Independent" destacou nesta quinta-feira que as autoridades suecas mantêm conversas com Washington para a possível extradição de Assange aos EUA uma vez que ele se encontre em território sueco.

Sua advogada mencionou nesta sexta-feira que, "dadas as circunstâncias", as perspectivas são "incrivelmente otimistas".

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos não se pronunciou sobre as possíveis acusações contra Assange, embora nesta semana o procurador-geral Eric Holder revelou que havia autorizado a abertura de uma investigação criminal contra ele.

A polêmico fundador do WikiLeaks, um australiano de 39 anos, está sob os holofotes desde 28 de novembro, quando começou o vazamento de mensagens diplomáticas confidenciais americanas.

Seus apoiadores sustentam que as acusações por supostos crimes sexuais contra ele na Suécia estão vinculadas a razões políticas.

No entanto, Claes Borgstrom, advogado das duas mulheres que apresentaram queixas contra Assange, afirmou à "ABC" esta versão não é verdadeira. "Elas foram atacadas e estão sendo tratadas como se fossem culpadas", defendeu Borgstrom.
 

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