Pyongyang e Pequim chegam a acordo sobre situação na península coreana

09/12/2010 08:30 - Brasil/Mundo
Por Redação

O dirigente norte-coreano Kim Jong-Il e um alto dirigente chinês chegaram a um acordo nesta quinta-feira em relação à situação na península coreana, ao término de um encontro em Pyongyang, o primeiro entre os dois aliados desde o bombardeio pela Coreia do Norte contra uma ilha sul-coreana.

O mais alto dirigente chinês em termos de política externa, o conselheiro de Estado Dai Bingguo, viajou a Pyongyang, num momento em que aumentam as pressões sobre a China para chegar a um consenso com seu vizinho e aliado comunista.

"As duas partes chegaram um acordo quanto a suas relações bilaterais e a situação na península coreana, ao final de conversas sinceras e profundas", indicou a agência Nova China.

De acordo com a agência oficial norte-coreana KCNA, as duas delegações trataram de temas de interesses mútuos e se comprometeram em melhorar ainda mais suas relações amistosas.

É a primeira vez que Kim Jong Il se reúne com um alto dirigente chinês desde 23 de novembro, data do bombardeio da ilha sul-coreana de Yeonpyeong, que causou a morte de quatro pessoas e gerou uma condenação internacional.

A China, único aliado de peso de Pyongyang, é a única grande potência que se absteve de condenar o regime norte-coreano. Os outros países expressaram sua impaciência em relação à atitude chinesa.

O almirante americano Mike Mullen, chefe do Estado-Maior conjunto, em visita a Tóquio, afirmou nesta quinta que "a Ásia do nordeste hoje é mais instável do que tem sido nos últimos 50 amos".

"A maior parte desta instabilidade se deve ao comportamento perigoso do regime norte-coreano, apoiado por seus amigos na China", acrescentou.

Até agora, Pequim ignorou os pedidos dos Estados Unidos e de seus aliados que pediram para que usasse de sua influência para pressionar a Coreia do Norte. Na esperança de desativar a crise, a China propôs, sem sucesso, uma reunião dos seis participantes nas negociações sobre a desnuclearização da península coreana (as duas Coreias, Japão, Rússia, China e Estados Unidos).

Mullen afirmou ainda que existe uma verdadeira emergência em reforçar os vínculos militares entre os Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão para dissuadir a Coreia do Norte.

Após o bombardeio, os Estados Unidos participaram em manobras militares conjuntas, com sul-coreanos e depois com os japoneses.

Segundo Zhu Feng, vice-diretor do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais da Universidade de Pequim, "a impressão de que a China protege a Coreia do Norte pode fazer com que surja um poderoso eixo Washington-Seul-Tóquio, dirigido não apenas contra Pyongyang com também implicitamente contra Pequim".

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..