Após três meses da tragédia que destruiu grande parte da área central da cidade e deixou centenas de desabrigados, o município de Quebrangulo vive momentos de reconstrução de casas e pontes. A prefeitura da cidade confirmou nesta quarta-feira (29) a desapropriação, pelo governo do Estado, do terreno para a construção de mais um conjunto habitacional, destinado às vítimas das enchentes na localidade.
Com uma área de 100 hectares, o terreno está localizado no bairro Alto do Cruzeiro e foi avaliado em R$ 3 milhões. No local vai ser construído o complexo habitacional Bento de Barros, com 559 casas, escola e creche.
De acordo com a Secretaria de Viação e Obras de Quebrangulo, a intenção da prefeitura é também transferir para a nova área parte do comércio afetado pelas chuvas e desta forma, conduzir o crescimento da cidade para áreas afastadas do rio Paraíba, que corta a localidade. Todas as construções à margem do rio foram condenadas pela Defesa Civil do Estado.
“O Estado já esta autorizado a utilizar o terreno. No primeiro momento, logo após as enchentes, o Governo limpou a cidade e desbloqueou as ruas. O município cuidou da recuperação das estradas na zona rural. Agora iniciamos a construção de casas. Quebrangulo é a única cidade atingida pelas chuvas já incluída no PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal, que vai garantir também a desapropriação dos terrenos à margem do rio para a construção de equipamentos públicos, como praças e quadras”, informou o vice-prefeito do município, Artur Lima.
Ele contou que os moradores ainda enfrentam problemas, mas que a maior dificuldade no momento é a falta de mão de obra qualificada para as obras em andamento. Neste sentido, Artur comunica que 40 moradores estão fazendo curso para pedreiro no Senai e tão logo concluam, serão integrados nas construções em execução no município através de parceria entre os governos federal, estadual e municipal.
As obras em Quebrangulo estão por toda a parte. Enquanto as casas do complexo Bento de Barros ainda aguardam a tramitação dos contratos para a construção, o terreno foi todo preparado para acomodar 60 barracas onde famílias desabrigadas irão morar temporariamente, a partir desta semana. Por enquanto, eles permanecem alojados na casa paroquial e na quadra de esportes da escola Elza Soares.
Na área central da cidade, trabalhadores também instalaram canteiro de obras para a construção de duas novas pontes e reforma de mais uma no sítio Boa Vista. A cidade também deve ganhar uma nova escola e uma creche, segundo confirma Anselmo Márcio Araújo, da Secretaria de Viação e Obras.
Em outra área de Quebrangulo, dezenas de trabalhadores constroem o conjunto habitacional Frederico Maia, com 200 casas. As residências, com dois quartos, sala, cozinha e banheiro, devem ser entregues no próximo mês de dezembro, conforme assegura o vice-prefeito, Artur Lima. “Esta é mais uma obra executada em parceria com o governo do Estado e o governo federal”, ressalta.
Para quem foi atingido pelas chuvas e perdeu tudo, o momento também é de reconstrução. A maioria dos desabrigados está trabalhando nas obras da cidade. A moradora Mônica Tenório esta alojada com os pais e os irmãos na casa paroquial. Enquanto cuida do local, os parentes vão trabalhar. Ela conta que o pequeno negócio da família ficou completamente destruído após a cheia do rio Paraíba, mas que agora dá pra ir levando a vida normalmente. “O pior já passou”, declara.









