A dona de casa Quitéria Nascimento de 21 anos, mãe de um filho de dois meses que está na UTI da Santa Mônica, repete diariamente o ato de tirar leite para alimentar seu bebê. “O leite materno é importante porque evita que ele desenvolva muitas doenças. Sou a favor da amamentação”, defende a mãe.
São iniciativas como essa que o Banco de Leite Humano da Maternidade Escola Santa Mônica, referência no Estado, está precisando: Doação de leite materno. A unidade tem conseguido abastecer apenas 30% das necessidades dos bebês hospitalizados na instituição.
De acordo com a gerente interina do Banco de Leite, Elianete Correia, as crianças necessitam de 10 litros de leite por dia e a maternidade não tem conseguido aumentar o estoque, apesar das campanhas de doação.
“Solicitamos a colaboração da população e instituições públicas e privadas no sentido de conseguir doação de leite para os bancos da Santa Mônica do Hospital Universitário”, apelou a gerente.
Segundo ela, a maternidade está em processo de credenciamento para se tornar a oitava de Alagoas a fazer parte da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). As maternidades Nossa Senhora da Guia em Maceió e a Nossa Senhora de Fátima, em Arapiraca, estão em fase de avaliação para receber o selo.
O objetivo é aumentar o índice de aleitamento materno e reduzir a mortalidade infantil. Para tanto o hospital tem de cumprir até março de 2011, os dez passos determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Unicef.
O primeiro passo diz que a instituição deve ter uma norma escrita sobre aleitamento materno que deve ser rotineiramente transmitida a toda equipe da saúde. O segundo exige a capacitação de toda a equipe de saúde para implementação da norma; o terceiro, orientar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento materno. O quarto passo diz que a maternidade deve ajudar as mães a iniciar a amamentação na primeira hora após o nascimento do bebê.
* download
* ampliar
José Demétrio
Para Elianete, dez passos garantem qualidade do serviço da maternidade
O quinto passo deve apresentar às mães como amamentar e manter a lactação, mesmo quando separadas de seus filhos; a sexta norma é não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tal procedimento tenha uma indicação médica. O sétimo item exige a prática do alojamento conjunto (permitir que mãe e bebê permaneçam juntos 24 horas por dia).
O oitavo passo diz que o hospital deve encorajar a amamentação sob livre demanda; o nono prevê não dar bicos naturais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio, e o décimo passo é encaminhar as mães, por ocasião da alta hospitalar, para grupos de apoio ao aleitamento materno na comunidade ou em serviços de saúde.
A Maternidade Santa Mônica está implantando uma comissão formada por 15 profissionais, de uma equipe multidisciplinar da instituição, para trabalhar a metodologia do programa.
“A comissão vai formar multiplicadores de incentivo ao aleitamento materno. Todos os servidores estão engajados, uma vez que a capacitação será voltada para servidores do nível elementar à gerência”, destacou Elianete Correia.
A coordenadora da área de Saúde da Criança, Maria do Socorro Marques Luz, da Secretaria de Estado da Saúde, diz que a amamentação previne o diabetes, a obesidade, além de contribuir para a preservação do meio ambiente, já que se evita, durante a fase de amamentação, a utilização de mamadeiras e latas de leite.
Atualmente, as doadoras de leite para o banco da Santa Mônica, que funciona 24 horas por dia, são internas e externas. O trabalho de arrecadação do leite doado é feito em parceria com o Corpo de Bombeiros que, quando solicitado pelo telefone 3315-4434, se dirige à residência da doadora e leva um kit de higienização, a exemplo de touca, luvas, vidros esterilizados, gorro e máscara.









