Os vereadores de Maceió concentraram as discussões desta quarta-feira (08), durante sessão plenária realizada na sede do Legislativo Municipal, no Centro de Maceió, no tocante à escalada da violência em Alagoas, repudiando lamentável episódio envolvendo uma jornalista que, a trabalho, fora agredida durante comício da coligação Frente pelo Bem de Alagoas (PSDB, PP, DEM, PSB, PPS e PSC), encabeçada pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), realizada no bairro Vergel do Lago, em Maceió, na tarde dessa terça-feira (07).
Quem primeiro utilizou a tribuna da Casa de Mário Guimarães foi o Galba Novaes (PRB), um dos 11 vereadores que marcaram presença nesta quarta. Aos presentes, ele relatou o incidente envolvendo a assessora de comunicação e jornalista de um portal de notícias de Alagoas, Janaina Ribeiro.
“Ela foi agredida por um cidadão quando os candidatos discursavam na Praça Padre Cícero, naquele bairro, tendo a máquina fotográfica covardemente tomada por um brutamonte, que, logo em seguida, adentrou em um carro de luxo”, comentou o vereador, acrescentando que irá solicitar uma audiência com o governador em exercício, José Wanderley Neto (PMDB), a fim de que o caso seja devidamente apurado, sem que se descarte a hipótese de o incidente possuir conotação política.
“Foram vários agravantes, a exemplo do fato de se agredir uma mulher e uma jornalista em seu momento de trabalho, já que realizava a cobertura do evento para o portal de notícias, de modo a retratá-lo com isenção”, emendou o vereador Galba Novaes, sobre o episódio que envolvera um veículo de cor prata, que seria uma caminhonete e que estaria ‘plotado’ com a imagem de um político local.
“Por sorte, um cidadão conseguiu fotografar o acusado e o carro utilizado na fuga, o que facilitará a identificação do mesmo após investigação policial. Contudo, o mais grave ainda é que a jornalista pediu ajuda a uma guarnição da Polícia Militar, que informara não poder ajudá-la porque já estaria em outra diligência”, complementou o também líder do prefeito Cícero Almeida (PP) na Câmara de Maceió.
Em seguida, todos os vereadores presentes demonstraram solidariedade para com a jornalista – que prestou queixa na Central de Polícia Civil, no bairro do Prado –, exigindo a devida apuração do fato pelo órgão competente.
Ainda na sessão desta quarta, o vereador João Mendes (PRB) foi à tribuna para externar sua preocupação para com a situação ‘de precariedade’ em que se encontram as delegacias de polícia em Alagoas. Já Oscar de Melo (PP) e Heloísa Helena (Psol) cobraram uma maior assiduidade dos colegas vereadores, no sentido de que a Câmara possa realizar mais sessões ordinárias neste mês de setembro, já que metade de seus membros postula cargos eletivos no pleito de outubro próximo.
Agressão
A jornalista Janaína Ribeiro afirmou não poder provar que o episódio ocorreu por motivação política, apesar de ter sido impedida de fazer a cobertura do evento por homens que estavam vestidos com camisas vermelhas.
Segundo ela, o homem que levou a câmara estava sem camisa e entrou em uma caminhonete prata, plotada com a propaganda de um político. Ela contou ter pedido ajuda a policiais militares, que não quiseram registrar o fato, sob a justificativa de que iriam atender outra ocorrência.
“Alguns homens ficavam batendo na máquina e me empurrando. Não posso dizer que foi algo relacionado à política, não quero acusar ninguém porque não tenho provas, mas quem fez isso recebeu algum tipo de orientação. Como tinha muitos políticos no local não sei quais candidatos essas pessoas representavam”, relatou.
Ela destacou que se sentiu impedida de realizar seu trabalho como jornalista, independente de trabalhar em um veículo de comunicação que pertence a um dos candidatos ao governo do estado. “As pessoas têm que entender que eu poderia estar ali a serviço de qualquer jornal ou site. É preciso deixar as motivações políticas de lado e respeitar a imprensa”, lembrou.
Janaína Ribeiro prestou queixa na Central de Polícia e notificou o Sindicato dos Jornalistas (Sindjornal) sobre o ocorrido. “Fiz isso para ter subsídios e agora aguardo um posicionamento dos órgãos competentes”.










