Os estudantes de Direito e os apaixonados pelos estudos em Perícias Forenses tiveram um fim de semana diferente. É que aconteceu nos dias 3 e 4 de setembro um evento dedicado aos estudos na área, o Workshop de Perícias Forenses, realizado pela Escola Superior da Magistratura se Alagoas (Esmal).
O evento contou com uma série de palestras, dentre elas a do Agente Penitenciário Vítor Gomes. O tema da palestra foi “Linguagem nos presídios e o sistema Penitenciário- apontamentos fáticos e Jurídicos”, na qual Vitor discorreu sobre o assunto com propriedade.
Quem assiste às palestras ministradas pelo agente penitenciário Vitor Gomes da Silva fica espantado com a desenvoltura e a competência deste profissional. Entretanto, poucos conhecem a história desse jovem que trata sua profissão como uma verdadeira missão.
Já são quinze anos voltados para a área de segurança pública. Ainda na juventude, quando entrou para a polícia militar de Pernambuco, Vítor presenciou fatos que o fizeram mudar sua visão do mundo.
Mesmo após tantos anos dedicados à área, o agente conta que houve momentos em que pensou desistir de tudo e seguir outra profissão. Mas, o que será que fez com que esse homem mudasse de ideia? “Acho que foi porque sempre acreditei que as coisas poderiam ser diferentes. As pessoas tendem a personalizar o crime, como se ele fosse algo intrínseco do ser humano, mas eu não concordo”, argumenta.
Depois de certo tempo, Vitor passou a trabalhar no presídio Aníbal Bruno, situado em recife e vem a ser um dos maiores presídios do país. Foi lá que ele percebeu a importância da ressocialização. Em 2007, foi aprovado no concurso para agente penitenciário de Alagoas e desde então vem tomando cada dia mais o gosto pela profissão.
Já passou pelo Grupo de Ações Penitenciárias (Gap) e até mesmo chegou a ser chefe de disciplina da Casa de Detenção de Maceió (CDM), onde chegou a coordenar cerca de 400 presos. “Ali, eu pude presenciar o desenvolvimento de algumas pessoas que me fizeram voltar a acreditar no ser humano. É triste saber que a maioria dos jovens abandonam os estudos para se envolver no mundo do crime. Mais triste ainda é saber que muitos deles precisaram ser presos para ter o primeiro contato com a educação”, comentou.
Durante a palestra, Vítor defendeu a importância da ressocilização e enalteceu o trabalho que é realizado pela Intendência Geral do Sistema Penitenciário (IGESP) na recuperação dos detentos através da educação e do trabalho. “Todos precisam entender que mais importante do que perseguir, é combater o crime. De que adianta manter e condenar essas pessoas se elas não tiverem a oportunidade de começar de novo, não ter acesso à educação e à cidadania?” declarou.








