Marco Nanini comemorou 45 anos de carreira onde mais se realiza: no palco. Nesta quinta-feira (2), o ator, de 62 anos, estreou a comédia Pterodátilos no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea, zona sul do Rio. Um penca de amigos famosos do veterano foi prestigiá-lo. Bateram ponto por lá Débora Bloch, Elza Soares, Caio Junqueira, Bianca Comparato, Fernanda Nobre, Cláudia Ohana, Luciana Braga, Leonardo Brício, André Mattos...
Todos foram reverenciar Nanini. Um dos primeiros a chegar, Caio Junqueira - o Joca da novela Ribeirão do Tempo (Record), lembrou para o R7 quando "fez o Marco Nanini" jovem.
- Eu fiz o Nanini jovem no filme Apolônio Brasil, rodado em 2004 pelo Hugo Carnava. Vim especialmente para vê-lo.
Cláudia Ohana trouxe a filha, Dandara Guerra, e elogiou o protagonista.
- Sou fã do Nanini. Ele é o grande ator brasileiro. Além dele, esta peça tem mais duas coisas que atraem muito, o diretor, Felipe Hirsch, e o texto do Nick Silver.
Após a montagem, Débora Bloch - que foi ao teatro ao lado da estilosa filha, Júlia, de 16 anos - também rasgou seda.
- É imperdível. A peça é genial. O texto é incrível e surpreendente.
Peça critica consumismo
Em 80 minutos de espetáculo, Nanini encarna dois personagens: Artur, presidente de um banco, e Ema, a filha desnorteada. A peça é uma crítica à sociedade consumista, já que a família vai se deteriorando - junto com o palco - mas tenta manter as aparências. Estão ainda no elenco Mariana Lima - a mãe alcoólatra -, Álamo Facó - o filho mais velho - e Felipe Abib, namorado de Ema, mas que logo se apaixona pelo irmão dela. Marco Nanini ressalta o caráter provocador do texto.
- A peça trata de questões cotidianas, o que a aproxima mais do público. Há frases extraordinárias e o texto é muito provocador. Adoro esse texto, tanto que decidi refazê-lo, agora sozinho, oito anos depois.
Pterodátilos marca os 45 anos de carreira de sucesso do ator. Nesse tempo todo de estrada, ele jurou que nunca pensou em parar.
- Nunca pensei em parar de representar. Gosto muito do meu ofício. Um texto excelente como agora dá ainda mais alegria e vigor para interpretar. Cada dia é melhor.
Tanto que ele nem se arrista a afirmar qual seu personagem favorito no meio de tantos tipos inesquecíveis já encarnados.
- Gosto de todos os meus personagens. Eles são um pedaço da minha vida.
O bebê está para nascer
Antes de entrar no palco, há todo um ritual, que Nanini contou para o R7.
- Eu sempre converso com os colegas de cena. Aproveitamos o tempo até a abertura das cortinas para passarmos o texto e discutirmos alguns pontos.
E mesmo do alto do olimpo como um dos maiores atores brasileiros, Nanini faz uma confissão: ainda fica nervoso antes de uma estreia teatral.
- Essa peça foi muito ensaiada lá no meu galpão, na Gamboa [zona portuária do Rio]. Ensaiamos com o cenário real, com luz real o que vai dando mais segurança, mas sempre é uma estreia. É um parto. O bebê está para nascer. Não tem como não ficar nervoso.