O Ministério Público do Trabalho do Estado de São Paulo definiu nesta quinta-feira que irá investigar a prefeitura de Hortolândia (SP) por possíveis irregularidades na concessão do alvará de realização da Festa do Peão de Hortolândia. No evento, o peão Agenor Carlos dos Santos morreu ao ser pisado no tórax por um touro.

A decisão foi tomada hoje, em audiência realizada pelo MPT em Campinas. Na reunião, os representantes da administração municipal confirmaram que não pediram às empresas organizadoras que apresentassem documentação referente aos contratos de trabalho dos peões, ao seguro de vida obrigatório destes trabalhadores ou da contratação de serviços de socorro de emergência.

Segundo a convenção coletiva dos peões de rodeio, cada evento deve assegurar a vida dos trabalhadores em R$ 121 mil. A viúva de Santos, que estava presente na audiência, afirmou que não recebeu a assistência.

Representantes das empresas Cia RR de Rodeios e VR Equipe de Rodeios, que promoveram a Festa do Peão de Hortolândia, alegaram que não receberam a convocação para a audiência e, por isso, não compareceram. Uma nova reunião entre eles e o Ministério Público do Trabalho foi agendada para o próximo dia 16, às 14h.

Santos morreu por afundamento do tórax, durante uma apresentação no dia 21 de maio. Além da mulher, ele deixou três filhos, de 10, 13 e 15 anos. A família mora em Campinas. Segundo a viúva, apenas a administração de Hortolândia prestou auxílio para a realização do funeral.